Desconfiança resiste ao fim da paralisação dos caminhoneiros

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
01/06/2018 às 21:04.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:23
 (Mauricio Vieira)

(Mauricio Vieira)

O fim da greve dos caminhoneiros não amenizou a corrida aos postos de combustível em Minas Gerais. Pelo contrário. Muitos consumidores, traumatizados com o desabastecimento dos últimos dias, correram aos estabelecimentos, mesmo aqueles que estavam fechados, temendo a demora na volta à normalidade. 

A situação é ainda pior no interior, segundo o Minaspetro, sindicato que representa as distribuidoras. É que muitos postos ainda não conseguiram receber toda a carga prevista. 
O temor justifica-se pelo preço cobrado pelo diesel nas bombas. Apesar de o governo ter fechado acordo para reduzir em R$ 0,46 o preço do diesel, conforme o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, apenas na segunda-feira os postos terão que alterar os valores nas bombas. 


Por meio de nota, a Associação Nacional dos Caminhoneiros pede para que a população ajude a fiscalizar o cumprimento do acordo. Para colocar mais combustível na situação, gravações divulgadas pelas redes sociais, dizendo que caminhoneiros poderiam retomar a greve nacional na segunda-feira, aumentaram o temor de desabastecimento. 
Embora o governo federal tenha desmentido notícias sobre a retomada da paralisação, classificadas como “infundadas” e “inverdades” por Eliseu Padilha, muitos consumidores preferiram não arriscar. 

“Ouvi dizer que a nova greve vai ser mais forte que a primeira. Como não posso ficar sem combustível, estou na fila pela terceira vez na semana”, disse, ontem à tarde, o autônomo Marcelo Eustáquio, de 53 anos, motorista de aplicativo, que aguardava atendimento havia 40 minutos no Posto Phoenix, Zona Oeste da capital. A fila de carros, por volta das 17h, se estendia por três quarteirões.

A duas quadras dali, o Posto Ramada estava sem combustíveis desde as 14h30 de quinta-feira, com cones impedindo a passagem de veículos. Oito automóveis, no entanto, estavam estacionados com ocupantes dentro do posto, à espera da chegada de um novo carregamento de combustível, previsto para a noite.
Segundo o frentista Carlos Roberto, anteontem, o estoque de 5 mil litros de gasolina e a mesma quantidade de etanol acabou em menos cinco horas. 

No fim da tarde, Minaspetro divulgou nota informando que, nas últimas 60horas, mais de 90% dos postos de combustíveis da Região Metropolitana de Belo Horizonte já haviam recebido a primeira carga de combustíveis desde o início da greve. “A expectativa é que grande parte da revenda de combustíveis na RMBH receba novas levas de carga para este final de semana”, comunicou a entidade.

No interior, contudo, o Minaspetro confirmou haver “reclamações de revendedores, alegando dificuldade na aquisição do combustível”. “Nesse caso, o Minaspetro confirma que procurou as companhias distribuidoras para informar da necessidade de dar maior atenção aos postos do interior”, diz a nota.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por