Dinis Pinheiro também deixa o PP: 'jogo baixo e desprezível'

Amália Goulart
amaliagoulart@hojeemdia.com.br
23/02/2018 às 14:31.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:32
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais Dinis Pinheiro deixou nesta sexta-feira o Partido Progressista. A decisão foi tomada um dia após o ex-governador Alberto Pinto Coelho pedir a desfiliação. 

Dinis sustenta que a saída do colega pesou na decisão dele. E ainda acusou o PP de fazer um "jogo baixo e desprezível". 

Na última quarta-feira, em Brasília, os deputados federais da legenda, Alberto e Dinis protagonizaram uma tensa reunião sobre o futuro do partido. Houve até bate-boca. Dinis e Alberto defendem candidatura própria ao governo de Minas  com o nome do primeiro na cabeça de chapa. Já a bancada federal (com exceção do deputado Toninho Pinheiro, irmão de Dinis) está próxima a uma candidatura de Rodrigo Pacheco (MDB). 

“Infelizmente, o PP vem optando por um jogo baixo e desprezível, que culminou com a destituição do ex-governador Alberto Pinto Coelho sem diálogo prévio, em uma escolha unilateral e ingrata. Se o partido quer prosseguir nesse caminho de ser um balcão de negócios, submetido aos interesses de Brasília, que prossiga", afirmou.

O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, deu aval à destituição de Alberto Pinto Coelho da presidência da Comissão Provisória do PP, um dia antes dele pedir a desfiliação. As negociações para apoiar Pacheco estão em andamento com a ala federal da legenda. 

"Somos como água e óleo nesse aspecto. Meu compromisso é ajudar a encontrar um caminho novo, limpo e ético para Minas Gerais. Ninguém aguenta mais escândalos de corrupção e a velha política do toma lá dá cá. Brasília não irá decidir o futuro dos mineiros. Diante desses lamentáveis episódios, anuncio a minha desfiliação do Partido Progressista, em uma atitude coerente com a minha trajetória.”, complementou Dinis, por meio de nota.

Outro lado

O deputado federal Renzo Braz, que assumirá o comando do PP na próxima terça-feira, disse que Dinis já sabia que Alberto sairia do partido e que se faz de vítima ao acusar a legenda. “Essa conversa de mudar de comando já vem há dois anos. Ele já  estava ciente da posição e da mudança. Já tínhamos informação de que ele (Dinis) sairia do partido. É um jogo dele para sair como vítima. Ele já tinha um acordo com Paulinho da Força para ir para o Solidariedade”, afirmou.

Braz ainda afirmou que Alberto também estava ciente do processo de alteração no comando do PP e espera tê-lo como amigo.

“ O partido tem que procurar novos rumos, não ser puxadinho de outro partido. Vamos tomar decisões conjuntas”, cutucou.

O deputado admitiu que tem “conversas avançadas” com Rodrigo Pacheco. Para Braz, Dinis foi afoito ao negociar a própria pré-candidatura “sem o aval do grupo”.  

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