Disputa por tomate mineiro pode levar quilo a R$ 10

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
08/04/2017 às 09:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:03

A subida meteórica dos preços do tomate está assustando o consumidor. O fenômeno é reflexo de queda na produção em estados vizinhos, especialmente São Paulo, o que acabou gerando uma corrida de compradores a Minas Gerais. E o resultado não poderia ser diferente. A caixa de 18 kg do produto, que era comercializada na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas) a pouco mais de R$ 40, ontem custava R$ 80. E a tendência, pelo menos no curto prazo, é de mais alta.

No supermercado Real, localizado no Centro, o quilo do tomate longa vida saltou de R$ 1,99 para R$ 4,99. “De uns 10 dias para cá, todo dia aumenta um pouco no Ceasa”, afirma o gerente Herbert Luiz dos Santos. 

A previsão do gestor é a de que o quilo seja comercializado no Ceasa Minas a cerca de R$ 7, elevando a caixa a R$ 126. 

Como nem todos os frutos têm qualidade para venda, o tomate pode chegar ao consumidor beirando os R$ 10 por quilo. “Conseguimos aproveitar aproximadamente 14 quilos por caixa”, ressalta. 

No supermercado Lisboa, no Carlos Prates, o quilo do tomate longa vida que era R$ 3,98 passou para R$ 5,98. “O preço subiu muito na Ceasa e nós não conseguimos segurar. Temos que repassar”, afirma o gerente do estabelecimento, Juraci Aparecido Rodrigues. 

Devido ao aumento do custo do tomate, muitos produtores reduziram as plantações, conforme afirma o presidente da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros (APHCEMG) e produtor, Ladislau Jerônimo de Melo. Como consequência, faltou produto em São Paulo e os compradores recorreram ao interior de Minas. “Eles recorrem a Carmópolis, Carandaí, Barbacena, reduzindo o estoque. Se o governo não olhar para o homem do campo vai faltar cada vez mais alimento”, alerta.

O coordenador de olericultura da Emater, Georgiton Silveira, explica que a melhor época para colher tomate é entre abril e setembro. Ou seja, o preço deve se estabilizar em breve. “Nesse período, há menos chuvas e a plantação sofre menos. Acredito que em duas semanas a colheita volte ao normal, e os preços também”, diz.

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