Índice Big Mac mostra real com subvalorização de 32,0%; país ocupa a 14ª posição

Estadão Conteúdo
07/01/2016 às 17:57.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:56
 (Divulgação)

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O real, uma das moedas emergentes com pior desempenho ao longo do último ano, está subvalorizado em 32%, segundo o popular índice Big Mac, calculado semestralmente pela revista britânica The Economist. O Brasil tem o 14º Big Mac mais caro entre os 27 países pesquisados. Na edição anterior do indicador, divulgada em julho, essa subvalorização era de 10,6%.

O preço do tradicional sanduíche no Brasil é de R$ 13,50 (US$ 3,35) e a taxa de câmbio de mercado usada na pesquisa é R$ 4,02. Entretanto, o índice Big Mac indica que a taxa de câmbio, com base no custo do sanduíche, deveria ser de R$ 2,74. De acordo com a pesquisa, a subvalorização do real atualmente é a maior desde maio de 2004 (41,4%).

Das 48 moedas acompanhadas pela revista, a mais frágil é o bolívar venezuelano, com uma subvalorização de 86,5%, seguida do rublo russo (-69,0%), a grívnia ucraniana (-68,7%), o rand sul-africano (-64,1%) e o ringgit malaio (-63,1%). Apenas três estão sobrevalorizadas em relação ao dólar: o franco suíço (+30,7%), a coroa sueca (+6,1%) e a coroa norueguesa (+5,8%).

A Economist lembra que o dólar se fortaleceu em todo o mundo nos últimos meses, em parte em função da decisão do Federal Reserve de elevar os juros, em dezembro, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão estão afrouxando a política monetária. Além disso, muitas moedas emergentes foram afetadas pela queda nos preços das commodities. "A menor demanda da China e um excesso de oferta tiraram valor das exportações da Austrália, Brasil e Canadá, entre outros países, fazendo suas moedas murcharem também", diz a revista.

A publicação aponta que as exportações brasileiras caíram 22% em valor no ano passado, mas subiram 10% em volumes. "Parte disso é resultado de exportadores de commodities compensando a queda nas receitas com vendas maiores de minerais e petróleo", afirma o texto.

O índice Big Mac, criado em 1986, é baseado na ideia da paridade do poder de compra, que diz que as taxas de câmbio deveriam se mover em direção a um nível que tornar igual o preço de uma cesta de produtos em diferentes países. Neste caso, se o custo local de um sanduíche é superior ao preço nos EUA, de US$ 4,93, a moeda está sobrevalorizada, ou cara. Se o preço local é inferior a esse nível, a moeda está subvalorizada, ou barata.

A Economist lembra que, para moedas emergentes, estar subvalorizada no índice Big Mac não é necessariamente sinal de que a taxa de câmbio deve subir em breve. Isso porque o custo do hambúrguer depende parcialmente de itens não comercializáveis, como aluguéis e salários, que tendem a ser menores em países mais pobres.

Confira o ranking do Índice Big Mac:

1º lugar: Suíça

2º lugar: Suécia

3º lugar: Noruega

4º lugar: Estados Unidos

5º lugar: Dinamarca

6º lugar: Israel

7º lugar: Reino Unido

8º lugar: Canadá

9º lugar: Países da zona do euro

10º lugar: Austrália

11º lugar: Coreia do Sul

12º lugar: Emirados Árabes

13º lugar: Turquia

14º lugar: Brasil

15º lugar: Japão

16º lugar: Tailândia

17º lugar: Chile

18º lugar: México

19º lugar: China

20º lugar: Hong Kong

21º lugar: Argentina

22º lugar: Indonésia

23º lugar: Egito

24º lugar: Índia

25º lugar: África do Sul

26º lugar: Ucrânia

27º lugar: Rússia

28º lugar: Venezuela
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