A atividade econômica está sendo retomada, diz Mantega

Ricardo Leopoldo
06/08/2012 às 14:57.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:13

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira estar havendo hoje uma "retomada da atividade" no País, que, em sua avaliação, ficou um pouco parada de janeiro a junho. "No segundo semestre, teremos aquecimento da atividade econômica", frisou. "Dependemos menos do mercado externo, porém temos de adotar uma série de medidas para que o Brasil seja competitivo", destacou o ministro para, em seguida, referir-se às "relativas ações do setor público para que se somem ao privado".

"O nível de atividade será melhor no terceiro trimestre deste ano e melhor ainda no quarto trimestre", ressaltou. "Isso porque é o tempo necessário para que uma série de medidas tomadas possam exercer seu efeito. Por exemplo, a redução da Selic que já foi de 4,5 pontos porcentuais demora de oito a nove meses para fazer efeito. A economia vai se adaptando a novas taxas e daqui para a frente poderemos observar os resultados", disse.

Ele apontou que o barateamento do custo financeiro na economia incentiva os investimentos e a atividade produtiva. E isso, por sua vez, amplia a capacidade de fabricação de mercadorias no País, o que reduz a pressão sobre a inflação e dá mais condições para que os juros caiam.

"A desoneração da folha de pagamento para 15 setores, que os torna mais competitivos, está entrando em vigor agora", lembrou. "São vários vetores que vão incentivar a retomada da atividade econômica. As vendas de eletroeletrônicos, da linha branca e da indústria automobilística vão bem", comentou, depois de participar de encontro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes.

Câmbio

Um dos principais vetores que têm ajudado a melhorar a competitividade da economia brasileira é a relativa perda de força do câmbio, na avaliação de Mantega. "A desvalorização do real torna o produto brasileiro mais competitivo e isso também está ocorrendo fortemente. Estamos com o câmbio acima de R$ 2,00 já há algum tempo e isso vai dando competitividade para a indústria, tanto para a exportação quanto para o mercado interno", comentou.

As afirmações de Mantega ratificam a sintonia da Fazenda com o Banco Central. No dia 3 de julho, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, disse, em entrevista à Agência Estado, que "um dólar abaixo desse nível de R$ 2,00 pode não ser bom para a indústria". Foi a primeira vez que um dirigente da autoridade monetária fez um comentário explícito sobre a importância do câmbio para o setor manufatureiro.

Segundo Mantega, a cotação do real ante o dólar é um fator importante para a economia nacional, sobretudo em tempos de crise internacional, na qual há imensa capacidade ociosa do setor industrial em todo o mundo. "Nós sofremos a concorrência de importações porque os exportadores de todo o mundo estão desesperados porque estão sem mercado", disse.
http://www.estadao.com.br

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