Apenas 10% de Confins já estão prontos

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
12/08/2012 às 07:43.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:23

  Barrado no primeiro lote de aeroportos concedidos à iniciativa privada e com registro de atraso nas obras, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves é cotado para participar do próximo grupo, a ser anunciado em breve pela presidente Dilma Rousseff (PT). Porém, com ou sem participação da iniciativa privada, reforma e ampliação estarão prontas para a Copa de 2014. Nesta entrevista, o diretor de Obras de Engenharia da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Jaime Henrique Parreira, reconhece falhas, mas garante que a modernização do terminal, que inclui o puxadinho, estará concluída até dezembro de 2013.    As obras estão realmente atrasadas? Em quanto tempo ou em qual percentual de conclusão?    Estamos hoje com aproximadamente 10% das obras prontas. Pelo nosso planejamento, deveríamos ter 25%. A gente espera - e o nosso planejamento é esse – recuperar a diferença ao longo dos próximos meses, para que lá para abril ou maio do ano que vem a gente possa voltar a encostar no planejamento original.    E como e qual é esse planejamento?    Confins tem um programa de investimentos em várias frentes que abrange o terminal de passageiros já existente e um futuro terminal a ser construído, o 3. A gente decidiu que o terminal que será construído será móvel, muito parecido com aquele que foi feito em Guarulhos, com capacidade para 5,8 milhões de passageiros por ano. A obra está na fase final de preparo de edital e a expectativa é a deque o edital seja publicado até o fim deste mês. A nossa perspectiva é começar essa obra em novembro de 2012 e terminá-la em dezembro de 2013. Temos também hoje a obra que está em andamento, que é a reforma geral e ampliação do terminal existente. Essa obra sofreu um problema de produção de projetos executivos. Ao longo dos três meses, quatro meses iniciais deste ano, a Infraero tomou a decisão de substituir a projetista imediatamente. E a gente já tem hoje uma nova contratada executando os projetos, que está lá dando conta do recado.    Quando o cronograma será ajustado?   A expectativa é que a gente encontre lá por volta de maio do ano que vem, aproximadamente, outra vez o planejamento que a gente tinha feito para a obra. Ou seja, esperamos recuperar esse prazo através de novas frentes de trabalho que serão abertas a partir dos projetos entregues, sem correr risco de atraso na entrega, que é dezembro de 2013.   E o terminal 2?    É aquele que está em projeto ainda, feito pelo Governo de Minas, em parceria com a Infraero. E que ficará para depois de 2014.   O consórcio Marquise/Normatel, responsável pelas obras em Confins, já entregou o programa de aceleração das obras. Quais ajustes serão feitos?   O consórcio nos entregou uma manifestação. Algumas coisas ainda temos que ajustar, mas me parece que está garantida a entrega até o final de 2013, conforme combinado. Ainda vamos ajustar umas fases diferentes, mas em linhas gerais o que acontece é que a gente vai seguir nesse rumo, de recuperar tempo perdido, agora que a gente tem a nova projetista entregando os projetos executivos em tempo hábil.    Quais propostas a Infraero apresentou ao consórcio das construtoras?   Propomos a criação de novas frentes de trabalho, o que foi aceito por elas. No total, serão sete novas frentes. As construtoras também fizeram algumas propostas com relação ao cronograma, mas que no nosso entendimento não irão alterar o produto final. E é isso que estamos ajustando agora. Então vai ser feito um novo cronograma, contratualmente acertado, e aí a obra segue o seu rumo normal, de maneira que a gente tenha a recuperação dessa diferença que era prevista para ser produzida até agora.   Qual será o primeiro passo para recuperar o ritmo e o tempo perdido?   Basicamente, a aceleração de várias frentes de trabalho e a abertura de novas frentes, que estavam planejadas para um pouco mais adiante, mas serão abertas agora, de imediato, de maneira que a gente recupere o prazo.   Isso implica aumento nos custos (a obra está orçada em R$ 226 milhões)?   Isso implica a contratação de mais funcionários, mas não de alteração nos custos. Na verdade, é uma mudança no ritmo da obra daqui para frente. Serão contratadas mais pessoas, mas temos que considerar que, até agora, contratou-se muito menos do que se esperava. Trata-se do ajuste que temos que fazer agora.    Já há um número? Qual será o reforço de mão de obra?   Esse é um planejamento macro. Agora as equipes técnicas vão sentar e determinar qual o caminho será seguido. Mas em linhas gerais, vamos acelerar e criar novas frentes de trabalho de maneira a atacar, fazer a obra em mais frentes do era o planejamento original para que a gente recupere o tempo perdido, o que é totalmente possível.   Em qual etapa a obra está?    A obra consiste em sete macro etapas, que podem ser tocadas paralelamente. Hoje, quem for ao aeroporto, verá que há sistemas viários sendo executados, o terraço panorâmico sendo executado. Enfim, já há várias frentes de trabalho abertas. E essas frentes já estão abastecidas com projetos executivos novos, recentes, e serão aceleradas. Também estamos abrindo outras frentes, mas aí é um programa enorme, com dezenas de documentos, que o gerente de obras do aeroporto pode detalhar melhor. Mas o que importa é que a gente tem condição de recuperar o prazo, sem dúvida nenhuma, e já há um consenso sobre isso, inclusive sem que haja uma alteração no prazo de conclusão da obra.   Chegaremos à Copa de 2014 com todo o planejamento concluído?   Sim. O planejamento inclui a reforma do terminal 1, a construção do terminal 3, a ampliação e recuperação do sistema de pista e pátio. Neste último, estamos na fase final de execução dos projetos e montando o edital com perspectiva de publicá-lo por volta do início de setembro. A obra prevê 600 metros a mais na pista de pouso e um acréscimo de quase 100 mil metros quadrados de novos pátios. Não há nada colocando em risco os prazos que foram acordados.    Como a capacidade de Confins foi elevada de cinco para 10 milhões de passageiros sem que nenhuma obra fosse feita?    A área de operações é a responsável sobre esses cálculos. Mas posso afirmar que a capacidade atual é de 10,2 milhões de passageiros. E com essa ampliação e modernização desse terminal e mais a construção do terminal 3, a gente pretende chegar a 17,4 milhões de passageiros em 2014. Isso sem contar com o terminal 2, que está sendo planejado à parte e não é para Copa.    Quais as chances de Confins entrar no próximo lote de concessões? Há a expectativa de que o anúncio seja feito na terça-feira...    A Infraero trabalha com essas obras, mas não tenho nenhuma informação sobre isso. O que eu sei é que não há nada decidido até o momento. Pelo menos, a Infraero não tem essa informação.    Os gastos com obras serão considerados num possível processo de concessão?    Sim, se houver a concessão, se for o caso, vai acontecer tal qual foi feito em Guarulhos, Campinas e Brasília, onde coube ao Governo federal, coube à Infraero, ainda uma série de investimentos. 

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