(Wesley Rodrigues/Arquivo Hoje em Dia)
Quando o assunto é tarifa de hotel, o Brasil anda na contramão do mundo. Enquanto a média de preço de hospedagem nos demais países aumentou 4% no primeiro semestre de 2012, no confronto com igual período do ano anterior, os hotéis brasileiros reduziram a diária em 6%. Em Belo Horizonte, a queda foi maior, de 8%. As informações são da pesquisa Hotel Price Index, realizada pelo Hoteis.com. Além de ter caído mais do que em outras regiões, a tarifa em Belo Horizonte é menor do que a média nacional. Nos outros Estados, os valores passaram de $ 274 para R$ 257. Na capital mineira, no entanto, as diárias giraram em torno de R$ 220 no primeiro semestre. Nos primeiros seis meses do ano passado, a média era de R$ 239. Maior queda Goiânia e Curitiba são as cidades que apresentaram as maiores quedas nas tarifas, de 21%, com os valores médios de R$ 163 e R$ 165, respectivamente. No outro extremo do ranking, Recife registrou o maior aumento. Na cidade, houve alta de 44% no valor, com diárias médias de R$ 289. Em seguida, aparece Búzios, com aumento de 21%. Na cidade, a hospedagem custa cerca de R$ 390. Na avaliação do consultor do setor hoteleiro e ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (ABIH-MG), José Aparecido Ribeiro, a baixa tarifa cobrada em Belo Horizonte é reflexo de um resquício do momento atravessado pelo setor entre 2002 e 2007. De acordo com ele, nesse período houve uma regressão dos preços na capital em virtude da baixa ocupação. “A desaceleração da economia em 2002 se refletiu diretamente nos negócios. Naquela época, diversos hotéis fecharam as portas, muitos negócios quebraram”, diz. Passada a turbulência, houve uma retomada do setor. A tarifa sofreu consecutivas elevações, inclusive superiores ao índice nacional, mas ainda não atingiu a média brasileira. O diretor do San Francisco Flat, Dilson Cosme Ramos, atribui a redução do preço ao aumento da competição. Segundo o executivo, a forte entrada de novos players no mercado tem puxado para baixo os preços. “Temos uma rede hoteleira que vem crescendo irresponsavelmente e isso, é claro, fortalece a lei da oferta e da procura”, diz. Quarenta e seis projetos de novos empreendimentos foram aprovados pela Prefeitura de Belo Horizonte, de acordo com o ex-presidente da ABIH-MG. No entanto, ele estima que 20 saiam do papel. Os hotéis a serem inaugurados, ainda segundo Ribeiro, devem elevar em 1.500 a quantidade de quartos em padrões elevados. Hoje, são 8,5 mil quartos em Belo Horizonte. “Porém, a maioria não adota bons padrões de qualidade”, afirma Ribeiro.