Bancos auxiliam na ascensão das cooperativas no Brasil

Do Hoje em Dia
16/11/2012 às 06:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:19

As decisões do Banco do Brasil de criar a Gerência de Negócios com Cooperativas, e do Banco Central, de normatizar a prestação de contas do setor, mostram que ele vem ganhando musculatura no país, passados 168 anos do nascimento da primeira cooperativa no mundo. Essa pioneira foi fundada em 1844, em Manchester, por um grupo de 28 tecelões ingleses.

Minas foi o primeiro estado brasileiro a incentivar o cooperativismo. Em 1907, no governo João Pinheiro, foi lançado um programa agrícola que priorizava a constituição de cooperativas para reduzir o nível de intermediação nas transações comerciais. No mesmo ano, foi aprovada a primeira legislação brasileira sobre sociedades cooperativas. Um dos mais bem-sucedidos empreendimentos nessa área, em Minas, é a Cooperativa Central dos Produtores Rurais, criada em novembro de 1948 por produtores mineiros de leite e que se tornou nacionalmente conhecida pelos produtos da marca Itambé.

O setor ganhou impulso a partir de 1971, com a Lei 5.764 e com o estabelecimento da Política Nacional de Cooperativismo. Duas décadas depois, com a abertura do mercado brasileiro à competição internacional, as cooperativas tiveram que se reestruturar, para se tornarem competitivas. Seu número diminuiu, em razão principalmente de fusões e incorporações, enquanto crescia o número de cooperados, de empregados das cooperativas e do faturamento.

Em 2001, havia no Brasil menos de 5 milhões de filiados às entidades registradas na Organização das Cooperativas Brasileiras. Nos nove anos seguintes, o número de cooperativas estagnou, mas o de cooperados cresceu mais de 72%. A OCB informa que hoje existem 6.652 cooperativas registradas, empregando diretamente 300 mil pessoas e com aproximadamente dez milhões de associados. As exportações realizadas pelas cooperativas brasileiras no ano passado somaram US$ 6,1 bilhões.

As perspectivas para o setor são boas, principalmente na área de crédito, em que as empresas bancárias privadas insistem em manter taxas elevadas para os clientes. O barateamento dos juros para os cooperados estimula os negócios. Em 2011, já havia sido registrado crescimento anual de 16% no número de clientes das cooperativas de crédito, chegando a 4 milhões. Esse movimento despertou o interesse do Banco do Brasil e do Banco Central. As medidas adotadas pelas duas entidades deverão ter reflexos positivos para a atuação crescente do cooperativismo brasileiro.
 

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