BH no páreo para receber fábrica de canhões

Assintaura: Rafael Sânzio - Do Hoje em Dia
24/07/2012 às 11:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:48
 (Washington Alves/ Light Press/Iveco Divulgação)

(Washington Alves/ Light Press/Iveco Divulgação)

Belo Horizonte está entre as seis cidades brasileiras candidatas a receber o investimento da multinacional belga de sistemas de armas CMI Defence, selecionada para fornecer o canhão de 90 milímetros LCTS90 da versão de reconhecimento do blindado Guarani, produzido pela Iveco em Sete Lagoas. A informação é do vice-presidente de Marketing para América do Sul e Austrália da CMI Defence, Paul Finch. O contrato da Iveco com o Exército brasileiro prevê a entrega de 2.044 unidades de blindados, em diferentes versões, ao longo de 20 anos, com valor estimado de R$ 6 bilhões.


Pesaram na balança da CMI Defence na seleção dos possíveis locais para a futura unidade fatores como localização, tamanho, demografia, oferta de mão de obra qualificada e acesso à cadeia produtiva e ao cliente. “Nós reduzimos nossa busca a seis locais potenciais, um dos quais é Belo Horizonte, principalmente por causa da proximidade com a Iveco Defence”, diz Finch. No momento, a CMI Defence estabeleceu um escritório em Curitiba, de onde faz as prospecções para identificar o local da nova subsidiária, que atenderá à demanda brasileira e exportará parte da produção. “Estou no Brasil para, entre outras tarefas, pesquisar a cadeia de abastecimento necessária à fabricação de sistemas de armas e ao cumprimento das exigências do Exército Brasileiro quanto à produção e ao apoio do equipamento ao longo de sua vida útil”, afirma Finch.


Mas a agenda do executivo não se resume a encontros técnicos. Contatos com os governos estaduais interessados em receber a unidade da CMI Defence também estão previstos, mas ainda não começaram. “Nesta fase inicial do estabelecimento da CMI Defence no Brasil, não entramos em qualquer discussão com qualquer um dos governos estaduais”, afirma Finch. “Nenhuma decisão foi tomada.”

Tecnologia

O valor do investimento da CMI Defence no Brasil ainda não foi definido, mas Finch garante que será expressivo por incluir a construção de uma fábrica e a transferência de tecnologia da Bélgica. O executivo detalha que a empresa instalou uma equipe de gerência sênior em Curitiba para conduzir a interação com o Exército Brasileiro e o programa do blindado Guarani.

Dentro do programa de transferência de tecnologia, engenheiros brasileiros foram enviados à Bélgica há dez meses para treinamento na linha de produção da CMI Defence, e devem ficar naquele país por mais dois anos. Lá, os profissionais brasileiros terão acesso ao conhecimento para projetar, desenvolver, fabricar e apoiar sistemas de armas.


De acordo com Finch, os primeiros exemplares do LCTS90, na configuração estabelecida pelo Exército Brasileiro, serão produzidos em pré-série na Bélgica. Mas a produção seriada será no Brasil. A nova fábrica da CMI Defence deverá ser instalada por meio de uma joint venture com algum parceiro brasileiro. “Nós ainda não selecionamos esse parceiro nem os fornecedores brasileiros de componentes e subsistemas de nossos sistemas de armas. No entanto, tivemos uma série de discussões com empresas de alto perfil, como Iesa, Andrade Gutierrez, Avibrás e Friuli”, diz Finch.

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