Câmbio deixa vinho importado mais caro em BH e pressão continua

Franciele Xavier - Hoje em Dia
26/08/2013 às 06:47.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:18

Consumidores de bebidas importadas podem preparar o bolso. Com o dólar a R$ 2,386 (cotação média de venda (Ptax) de sexta-feira, o que representa valorização de 21,3% em seis meses), a pressão sobre os preços é inevitável.

No varejo, vinhos importados já registram altas entre 5% e 10% nas principais casas de bebidas e restaurantes de Belo Horizonte. E a alta do dólar não foi inteiramente repassada, já que distribuidores e varejistas ainda possuem estoques.

Caso a moeda americana continue no atual patamar, o repasse integral da desvalorização cambial deverá acontecer ao longo dos próximos 30 dias, de acordo com os responsáveis das casas ouvidas.

Na distribuidora Fine Food, a alta do dólar em julho deixou as bebidas entre 5% e 10% mais caras. O proprietário, Magnos Piacenza, explica que o percentual do reajuste depende das importadoras.

“Uma das importadoras com quem trabalho chamou todos os fornecedores para tentar renegociação de preços. Uns aceitaram, outros, não. O consumidor vai perceber esse aumento aos poucos”, diz.

Para Piacenza, a pressão nos preços dos importados pode promover uma mudança nos hábitos dos consumidores, beneficiando os produtores nacionais. “É possível que os consumidores percam o preconceito e se adaptem às opções nacionais”, diz.


Encomendas

Na Casa do Vinho, a maior parte dos rótulos também já teve preços aumentados entre 5% a 10%, mas isso porque os estoques de alguns produtos, comprados com o dólar baixo, ainda durarão até dois meses. Mas boa parte das encomendas para as festas de fim de ano já foi feita, o que aflige o proprietário André Martini.

“O câmbio usado é o do momento da encomenda. Mas o pagamento de uma nova remessa e a tributação no porto são calculados sobre a cotação do dia”, explica.

Segundo ele, o câmbio apenas reforça um movimento de pressão sobre os preços dos importados que se arrasta desde o início do ano. “Em abril, os impostos que incidem sobre os vinhos foram aumentados. Em julho, foi a vez do câmbio. Para os próximos meses, além do repasse da variação cambial, há a possibilidade de haver um novo aumento da carga tributária”, diz.

Martins prevê um aumento médio dos vinhos importados de 15% até o final do ano. “E estou sendo otimista”, conclui.
 
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