Câmbio tira competitividade de brinquedos importados

Juliana Corrêa - Do Hoje em Dia
09/09/2012 às 11:32.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:07
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Não há crise econômica mundial que desacelere o mercado de brinquedos no Brasil: faltando pouco mais de um mês para o Dia das Crianças – segunda data do ano mais importante para o setor e, ainda, termômetro de vendas para o Natal –, as encomendas do varejo estão acima do registrado no ano passado.  A desvalorização do câmbio, que diminuiu a competitividade dos importados, é o principal motivo desse crescimento. Do total das vendas de brinquedos no ano passado, pouco mais da metade – 50,9% – foi de produtos nacionais.   A expectativa dos fabricantes, com base nas vendas realizadas até agora, é a de que essa participação cresça para 60% neste ano.    Tendência   Mas a confirmação da tendência dependerá do Dia das Crianças e do Natal, que, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), respondem por cerca de 65% do faturamento do setor. A indústria, de acordo com o presidente da Abrinq, Synésio Batista Costa, prevê faturar R$ 3,9 bilhões em 2012.   A Grow sentiu o aquecimento da demanda. Segundo o gerente de Marketing da Grow, Gustavo Arruda, a empresa entregou 40% de todos os pedidos para o Dia das Crianças.“As lojas que fizeram os pedidos maiores estão com os produtos”, disse Arruda. Os pedidos, segundo ele, são fechados até o fim de setembro, principalmente para reposições.   Estrela   Para atender a demanda de fim de ano, a Estrela – maior fabricante de brinquedos do país, com a principal fábrica na cidade de Três Pontas, no Sul de Minas –, investiu R$ 8 milhões em novos produtos e está colocando nas lojas 220 lançamentos. “Registramos aumento de 15% das vendas em relação ao ano passado”, afirma o diretor de marketing da empresa, Aires Leal Fernandes.   Importados    Para manter-se competitiva frente aos importados, a Estrela, segundo Fernandes, também compra peças na China. “Com uma carga tributária de 52%, mão de obra cara e uma política industrial que dificulta a produção, a importação de parte da produção foi a saída que encontramos”.    De acordo com o diretor de Marketing, Minas Gerais é o terceiro maior mercado do país para o setor de brinquedos, atrás do Rio de Janeiro e São Paulo.    Após investir R$ 15 milhões em publicidade, a Estrela aposta nos ‘modismos’ da criançada. Por isso, entre os lançamentos estão bonecos da novela Carrosel, Susi Wireless e a linha Cupcake Surpresa.   Mas a empresa não abandonará os tradicionais brinquedos lançados nas décadas de 1980 e 90, como Super Banco Imobiliário, Boca Rica e o Genius – eletrônico que trabalha a coordenação motora.   Tradição   A Grow também aposta nessa junção de modernidade e tradição. A empresa, sempre identificada com jogos de mesa, agora está lançando bonecas mecanizadas. As Mônicas Patinadora e Engatinhadora, além dos palhaços Patati Patata, que cantam e dançam, são as novidades da Grow.    Esses brinquedos são apenas quatro dos 1.800 lançamentos das 523 fabricantes brasileiras, segundo contagem feita pela Abrinq.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por