As incertezas da economia brasileira atingiram em cheio o financiamento de automóveis. Entre julho de 2012 e o mesmo mês deste ano, houve queda tanto na quantidade de financiamentos quanto no prazo das concessões de crédito.
Na mesma base de comparação, a taxa média mensal para veículos novos passou de 1,81% para 1,95%, conforme aponta levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).
No mês passado, foram 594 mil unidades financiadas, recuo de 4,3% em relação a julho de 2012. Já o prazo médio dos parcelamentos caiu de 40 para 36 meses, de acordo com boletim divulgado pela Cetip, integradora do mercado financeiro que opera o maior banco de dados de crédito de veículos do país.
A piora dos indicadores econômicos – crescimento, inflação, juros e emprego – reflete negativamente no ambiente para a concessão de crédito.
“Já há redução no emprego, fator que faz com que as instituições de crédito pensem duas vezes antes de liberar o dinheiro”, afirma o professor de economia do Ibmec Marcus Renato Xavier.
Mais fácil
Segundo o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), Mauro Pinto de Moraes Filho, financiamentos de menor prazo têm sido mais fáceis de aprovar, fator que pode estar puxando a média para baixo.
Embora o consumidor não seja o principal responsável por decidir em quantas vezes ele irá financiar o veículo – já que as restrições impostas pelos bancos para liberar o crédito falam mais alto –, o presidente do Sincodiv-MG diz que o ambiente econômico desfavorável pode fazer com que o cliente adie a concretização do negócio. Como reflexo, cai o volume de financiamentos. “Uma coisa puxa a outra”, afirma Moraes Filho.
O gerente de Negócios da Concessionária Orca Veículos, Helbert Andrade Abrão, também percebeu que os bancos têm restringido o crédito ao consumidor. No entanto, dependendo do perfil do cliente, ele afirma que financiamentos de até 60 parcelas ainda são aprovados.
“Sentimos que os bancos estão mais exigentes devido à elevação no risco dos empréstimos”, diz.
Perfil
Com relação ao tipo de veículo financiado, os automóveis e comerciais leves responderam, em julho de 2013, por 77% das concessões, enquanto as motos abocanharam 16,8%, os veículos pesados, 5,8%, e as demais categorias equivaleram a 0,4%.
Quando levados em conta somente os veículos novos, os carros e comerciais leves responderam por 64,6%, seguidos por motos (28,4%), veículos pesados (6,6%) e os demais (0,3%).
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