Categorias profissionais lutam por ganho real de até 10%

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
21/08/2012 às 07:53.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:37
 (Fiat/Divulgação )

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Grandes categorias profissionais com data-base nos próximos meses começam a se preparar para brigar por aumentos reais de até 10% nos salários, além da reposição da inflação. Já em setembro, metalúrgicos, bancários e petroleiros sentam à mesa com os patrões para negociar reajustes. A luta dos trabalhadores, neste ano, conta com importantes aliados: o recuo do dragão e as taxas de desemprego em baixa. No outro lado, o argumento da desaceleração econômica e a estimativa de um PIB inferior a 2% para 2012.

Metalúrgicos que negociam com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) estão otimistas. Pedem entre 12% e 15% de aumento. Já os colegas de Juiz de Fora e outros sete municípios da região, num total de 12 mil, sonham com uma elevação de 10% no contracheque, sendo 5% de ganho real.

“Os empresários insistem em dizer que a crise chegou aqui. Mas o Governo tem tomado medidas para aquecer a economia e a inflação está sob controle. Isso tem que ser levado em conta”, diz o presidente do sindicato da categoria nas cidades da Zona da Mata, Henrique Almeida. Com a Mercedes, o acordo já foi fechado: 2,42% de ganho real e expansão da licença-maternidade de 120 para 180 dias. “É um patamar mínimo. Que outras companhias sigam o exemplo”, espera.
 

Perspectivas

Entre os bancários, a reivindicação de mais de 350 mil profissionais de todo o país é de 10,25%, sendo 4,97% de reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – projeção para setembro de 2012 – e o restante de ganho real. Eles querem ainda Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais parcela fixa adicional de R$ 4.961,25, além de vale-refeição e auxílio-alimentação, no valor de R$ 622.

“Apesar de terem elevado as provisões para devedores duvidosos entre 30% e 40%, maquiando a inadimplência real, os bancos apresentaram lucros enormes. E podem pagar o que pedimos”, acredita a presidente do Sindicato da categoria em BH e 55 cidades da região, Eliana Brasil.

Assim como Eliana, o clima geral entre os sindicalistas é de fechar bons acordos, apostando inclusive num segundo semestre melhor que o primeiro. Resultados preliminares de um levantamento que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulga até a próxima semana indicam que o ganho real médio dos salários ficou próximo de 2% no primeiro semestre de 2012. Em 2011, não passou de 1,5%.

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