Chuva salga salada e deixa legumes 54% mais caros em janeiro

Raul Mariano - Hoje em Dia
29/01/2016 às 18:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:13
 (ARTE/HOJE EM DIA)

(ARTE/HOJE EM DIA)

O custo das verduras, frutas e legumes está pesando mais no bolso do consumidor neste janeiro. O principal motivo é o excesso de chuvas, que tem prejudicado o cultivo de diversos produtos e diminuído a oferta no mercado. É o caso da cebola, do repolho, da maçã e do tomate, sendo que o último registrou alta de quase 73% no primeiro mês do ano, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). Em sacolões da capital é possível encontrar a fruta a mais de R$ 10 o quilo.

Os legumes estão no topo da lista da carestia de janeiro, com uma elevação média de 54,4%. Uma alta maior do que o acumulado de todo ano de 2015, que foi de 41,3%. Até mesmo produtos que haviam diminuído de preço em janeiro do ano passado agora estão em alta. O quiabo, que havia recuado 5,14% naquele mês, registrou aumento de 7,74% agora.

A saída de quem se depara com preços tão elevados é a substituição. A dona de casa Ester Bastos explica que percebeu um aumento generalizado nos legumes, verduras e frutas e precisou ser criativa na cozinha.

“Estou levando a mandioca no lugar da batata, que ficou muito cara. Vou levar também a cenoura para cozinhar misturada com o tomate. É a maneira que encontrei para fazer com que o prato renda um pouco mais”, relata.

No Mercado Central de Belo Horizonte, lojistas explicam que, com as chuvas das últimas semanas, várias plantações ficaram encharcadas, o que impediu a ação dos adubos nos desenvolvimento de muitos legumes, hortaliças e frutas. No sacolão Legumes Rocha, o preço da maçã saltou de R$ 6 em dezembro para R$ 9,90 em janeiro.

A coordenadora do Setor de Pesquisas do Ipead, Thaize Moreira, confirma que as condições climáticas adversas são a principal causa do problema. “São comportamentos que oscilam demais. No ano passado foram as frutas, verduras e hortaliças que subiram até abril e depois caíram de preço até agosto, sendo que voltaram a subir no final de 2015”, analisa.

Demanda

Outro fator influente na oscilação dos preços dos hortifrutigranjeiros na Grande BH é a demanda crescente de outros Estados pela produção mineira. De acordo com a CeasaMinas, o clima adverso também prejudicou o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e, principalmente, São Paulo, um dos maiores mercados consumidores do país.

Por meio de nota a CeasaMinas explicou que a tendência é que os preços só voltem ao normal na segunda metade do ano. “Ressalvadas eventuais variações de preços passageiras, próprias da cultura, as cotações deverão convergir para níveis mais baixos efetivamente a partir de junho, quando o clima no país tradicionalmente está mais estável”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por