Belo Horizonte ganhará, nos próximos meses, 43 novos hotéis, responsáveis por aumentar em 7.239 a oferta de apartamentos na cidade. Desses, 18,1% já estão em operação e 26,5% devem começar a funcionar até a Copa do Mundo, em junho. Os demais estão previstos para serem inaugurados nos meses subsequentes à Copa. Com o aumento da oferta, estão sobrando vagas de emprego no setor.

Segundo a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (ABIH-MG), Patrícia Coutinho, todo tipo de mão de obra é demandado no momento. “Estamos precisando de camareiras, recepcionistas bilíngues, com conhecimento em inglês ou espanhol, principalmente. Precisamos de tudo, na verdade”, diz.

Dentre os requisitos básicos para os candidatos estão qualificação, experiência e disponibilidade. “Estamos tendo dificuldades para encontrar esses profissionais, em função do trabalho ser em três turnos e aos finais de semana. As pessoas têm certa resistência a isso”, afirma Patrícia.
 
Oferta

Atualmente, cerca de 10 mil pessoas trabalham nos hotéis da cidade e a estimativa da ABIH-MG é a de que outras 3 mil sejam contratadas até o final do ano. Para os profissionais operacionais, a exemplo dos que atuam nos serviços gerais, as remunerações variam de R$ 800 a R$ 2.500; para os mais gabaritados, o salário pode chegar a R$ 12 mil.

A especialista em Gestão Estratégica de Pessoas da SIAS Educação e Consultoria, Jacqueline Christine Rezende Guedes, ressalta que também existem oportunidades de atuação desconhecidas por muita gente.

“Há um grupo de hotéis em BH recrutando estudantes de Gastronomia. Motorista é outra demanda imensa, já que a cidade não tem uma frota que atenda aos 600 mil turistas esperados nos dias de jogos. Então, os hotéis estão disponibilizando esse serviço”, diz Jacqueline.
 
Oportunidade

De acordo com ela, alguns empreendimentos começam a procurar, também, profissionais ligados às artes, a fim de oferecer entretenimento aos clientes. A especialista lembra que, assim como o Natal, época em que são contratados funcionários temporários, a Copa do Mundo no Brasil deverá gerar um movimento semelhante.

“As pessoas têm que investir em network, dar o melhor de si e se tornar um profissional qualificado. Muita gente acha que depois de estar dentro de uma empresa pode se acomodar, mas é muito importante não entrar nessa zona de conforto”.

Exigência de qualificação dificulta busca por profissionais

Para o professor de Desenvolvimento Humano e Institucional da Universidade Fumec, Marco Antônio Vieira Gomes, a hotelaria é um segmento que exige um perfil diferenciado de seus profissionais, o que aumenta o nível de dificuldade das empresas na hora de contratar.

“Alguns empresários terão que buscar uma solução alternativa (para contratação de mão de obra). Essa solução, muitas vezes, vai ser contratar pessoas com uma faixa salarial mais agressiva”, diz Gomes. No caso da rede hoteleira, porém, não basta tentar apenas tapar buracos. Segundo Gomes, é preciso investir na qualidade do atendimento e não na mecanização das pessoas, ao contrário do que acontece na indústria.

“Contratar uma pessoa para fazer uma atividade repetitiva é muito fácil, mas uma que saiba interagir, falar idiomas, atender bem, não. Esse é o desafio que os empresários, de maneira geral, vão ter que trabalhar”, afirma o professor.

Preparo

Segundo a especialista em Gestão Estratégica de Pessoas da SIAS Educação e Consultoria, Jacqueline Christine Rezende Guedes, o mercado já deveria estar preparado para essa demanda de profissionais na rede hoteleira, fortalecida pela proximidade da Copa do Mundo.

“O difícil é conseguir esse tipo de profissional. Não o de capacita-ção básica, mas, sim, o de ponta, que precise apenas de passar pela qualificação da empresa para conseguir atuar nela”, afirma Jacqueline.

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