(Carlos Roberto/Hoje em Dia)
O sistema de eletricidade pré-paga, em fase de regulamentação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vai facilitar o corte de energia pelas distribuidoras e reduzir a taxa de inadimplência. A proposta prevê o desligamento imediato da residência ao fim dos créditos. Hoje, uma pessoa pode permanecer mais de 30 dias com a conta atrasada, sem ficar no escuro.
O sistema pré-pago de energia funcionará nos mesmos moldes daquele que existe na telefonia. Para evitar que o consumidor fique no escuro ao fim dos créditos, o superintendente de Regulação da Comercialização de Eletricidade da Aneel, Marcos Bragatto, afirma que o medidor eletrônico que será implantado emite sinais visuais e sonoros para avisar que os créditos estão no fim.
Crédito emergencial
Além disso, há a possibilidade de adquirir créditos em caráter emergencial. Segundo a proposta da Aneel, os créditos de emergência seriam de 5 quilowatts-hora. O volume é necessário para manter uma pequena residência por cerca de um dia e meio.
A proposta está em discussão no país mediante realização de dez audiências públicas. A sétima foi realizada ontem, em Belo Horizonte. O objetivo é elaborar uma resolução para definir os rumos da energia pré-paga no país.
Na avaliação do coordenador-geral do Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro), Jairo Nogueira Filho, o corte imediato bate de frente com os interesses do consumidor. “Quando o cliente está inadimplente, sua residência permanece energi zada por um mês antes da luz ser cortada. Pode demorar mais, já que os desligamentos são realizados de acordo com a rota traçada pelas equipes da Cemig. Agora, não terá mais negociação”, diz.
Tarifa diferenciada
A princípio, o preço da tarifa será o mesmo para os consumidores que optarem por continuar no sistema pós-pago, fato criticado pelo consultor do setor energético Roberto D’Araujo. De acordo com ele, o pagamento antecipado deveria se reverter em descontos. “As empresas terão o caixa engordado antes de prestar o serviço. No final, é como se as distribuidoras fizessem um empréstimo sem juros”, diz.
O gerente de Gestão e Controle do Faturamento da Cemig, Ronaldo de Oliveira, concorda que a tarifa seja diferenciada. “A tarifa tem que ser adequada, seja para baixo ou para cima. A companhia fará altos investimentos para implantar os medidores”.
O superintendente da Aneel afirma que há a possibilidade de a tarifa no modelo pré-pago ser reduzida. A queda será reflexo da diminuição de custos. Como o desligamento será automático e as faturas extintas, postos de trabalho e material serão reduzidos.
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