Estatais disparam e fazem Bolsa ter maior ganho em quase sete meses

Folhapress
27/03/2014 às 19:38.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:47

  A piora na avaliação do governo Dilma Rousseff impulsionou as ações das estatais nesta quinta-feira (27) e levou a Bolsa brasileira a registrar seu melhor desempenho em quase sete meses, enquanto o dólar atingiu o menor preço desde novembro do ano passado.   O movimento, dizem analistas, reflete a perspectiva do mercado de que as estatais sejam menos usadas como instrumento político, caso um candidato da oposição vença as eleições de outubro.   A pesquisa CNI/Ibope divulgada hoje mostrou queda na avaliação positiva do governo Dilma em março para 36%, ante 43% em dezembro de 2013.   O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o dia em alta de 3,50%, aos 49.646 pontos. É o maior ganho diário do índice desde 2 de setembro, quando subiu 3,65%, e a maior pontuação desde 16 de janeiro deste ano.   "As companhias públicas têm sofrido muito desde o ano passado, servindo de muleta para o governo. A Petrobras, por exemplo, tem que amargar prejuízo com a diferença entre o preço que compra derivados de petróleo no exterior e o valor que vende os produtos no Brasil para não prejudicar a inflação do país", diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.   Na semana passada, os papéis de companhias públicas já haviam subido fortemente em meio a rumores de que a presidente Dilma teria perdido espaço em pesquisa eleitoral do Ibope. O levantamento, porém, mostrou estabilidade nas intenções de voto, com a atual presidente apresentando larga vantagem sobre os demais candidatos.   "O discurso dos candidatos da oposição é mais pró-mercado, por isso agrada a possibilidade de a Dilma enfrentar dificuldade para ser reeleita", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.   No exterior, os mercados americanos fecharam em leve queda. Por um lado, animou o crescimento melhor que o esperado da economia americana no quarto trimestre do ano passado, de 2,6%. Em compensação, os investidores evitaram fazer grandes apostas por conta das tensões políticas entre os EUA, União Europeia e a Rússia.   Câmbio  O otimismo visto na Bolsa ajudou a moeda americana a ter forte queda em relação ao real nesta quinta-feira. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 1,79%, a R$ 2,271 na venda. É o menor valor desde 20 de novembro de 2013, quando ficou em R$ 2,267.   Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 1,73%, a R$ 2,268 -mesmo patamar visto em 18 de novembro de 2013 e o menor valor desde o dia 4 daquele mesmo mês.   Segundo operadores, além do bom humor nos mercados de risco, como a Bolsa, também colaboraram para a queda do dólar hoje as intervenções do Banco Central no câmbio e a perspectiva de entrada maior de dólares no país nos próximos dias.   O Banco Central promoveu seu leilão de swap diário (equivalente à venda futura de dólares), no valor total de US$ 198,2 milhões. Além disso, a autoridade também promoveu um novo leilão para a rolagem de contratos de swap que venceriam em 1º de abril deste ano. 

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