G-20 pressiona por 'decisões urgentes' da UE

Denise Chrispim Marin, enviada especial
19/06/2012 às 23:46.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:57

Sem meios para interferir nos desafios próprios da Europa, o G-20 preferiu passar ao continente a responsabilidade por uma possível recessão mundial e esperar por decisões capazes de evitar esse desastre no encontro dos líderes europeus nos próximos dias 28 e 29 de junho, em Bruxelas. O documento final e os chefes de Estado do G-20 expressaram "apoio" e "confiança" na habilidade de a Europa resolver a crise da dívida pública dos países da zona do euro, o risco de quebra dos bancos da região e o baixo crescimento econômico. Traduzidas do dicionário da diplomacia, essas palavras significam pressão por decisões urgentes.

Ao final do encontro de San José de los Cabos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou terem os líderes europeus os instrumentos disponíveis para lidar com as suas crises internas e também sentido de urgência. Mas ainda precisam combinar uma coisa com a outra. "Os desafios da Europa não serão decididos pelo G-20 nem pelos EUA", afirmou Obama.

"Tem de haver um caminho (na Europa) para resolver imediatamente as questões e para prover os instrumentos adequados para se lidar com os temas da crise. Ao mesmo tempo, é preciso identificar mais claramente o que é preciso em longo prazo assim e haver determinação política coletiva para levar essas iniciativas a cabo", receitou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

Com a chave para a definição de todos os pontos críticos da economia da zona do euro - o alívio do ajuste nas contas públicas, para permitir o crescimento, e as unificações das dívidas públicas e dos bancos de seus membros -, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reconheceu que "será preciso tomar atitudes". "O importante é deixarmos claro que estamos determinados a agir", defendeu, sem comprometer-se com a tomada de medidas urgentes. Merkel advertiu ainda ser necessária também a consolidação fiscal nos EUA e a revisão da política econômica de países emergentes.

O documento final da reunião de cúpula do G-20, no México, traz o compromisso dos países da zona do euro de "tomar todas as medidas necessárias para proteger a integridade e a estabilidade" da região, para melhorar o funcionamento do mercado financeiro e para quebrar o círculo vicioso entre as dívidas soberanas e os bancos.
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