Helder Mendonça e os altos e baixos da Forno de Minas

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
12/06/2016 às 08:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:51
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

Aos oito anos, recém-chegado do interior a Belo Horizonte, Helder Mendonça reproduzia diariamente um dos principais hábitos de sua família (e da cultura mineira): assar pães de queijo. Mesmo quando estava sozinho em casa, ele abria o freezer, tirava as deliciosas bolinhas congeladas que sua mãe preparava aos finais de semana com produtos que comprava no Mercado Central e as levava ao forno. O cheiro encantava a vizinhança. 

Aos 22 anos, quando voltou de um período nos Estados Unidos, onde a comida congelada estava em franco desenvolvimento, ele decidiu transformar a receita de família em negócio. Nascia, em 1990, a Forno de Minas, que em 2016 pretende faturar R$ 320 milhões, 20% a mais do que em 2015.

“Estudei administração, formei e fui estudar fora. Voltei querendo montar uma empresa. Naquela época, o Brasil só produzia quibe e hambúrguer congelados. A ideia de fazer pão de queijo em grande escala, do freezer para o forno, com receita caseira, era ótima. Vi, ali dentro de casa, uma oportunidade de negócio”, explica. 

Do começo
Um ponto comercial no antigo shopping Sul, três funcionários, um freezer, um carro para entrega, uma máquina de embalar e outra para sovar. Essa foi a estrutura da primeira fábrica da Forno de Minas, que começou produzindo 90 quilos de pão de queijo por dia. Mais tarde, a unidade foi transferida para Contagem, onde a produção saltou para 1,6 mil quilos diários. 

Em 1999, a empresa foi vendida para a PilsBury, uma multinacional do ramo alimentício, que pouco tempo depois foi comprada pela General Mills, outra gigante do setor. A receita caseira deu lugar a um produto com qualidade inferior, mexendo com o emocional e o bolso da família Mendonça. “Quando nós vendemos a fábrica, mantivemos o contrato de fornecimento de queijo para a Forno de Minas”, explica.

Como GeneralMils reduziu de 20% para 2% a quantidade de queijo do produto, o faturamento da fábrica de queijos da família Mendonça despencou. “Já estávamos muito tristes por ver a empresa mudar tanto, e a nossa receita caiu”, diz.

De volta
Dez anos depois, a crise financeira assolou o mundo e a família teve a oportunidade de recomprar a Forno de Minas. “Recebi uma ligação da General Mills dizendo que a fábrica ia fechar. Eles perguntaram se eu queria comprar a empresa de volta”, comenta. A Forno de Minas voltava às mãos dos fundadores.

Com o desafio lançado, Helder decidiu recuperar o negócio. Hoje, a companhia produz 1,6 mil kg de pão de queijo por dia, exatamente o montante alcançado no auge, em 1999. E o céu é o limite. 

“As exportações representam 7%, mas queremos que alcancem 20%. Temos 90 produtos no mix e capacidade para ampliar”, ressalta Helder. O pão de queijo Forno de Minas é exportado para os Estados Unidos, Canadá, Portugal, Inglaterra, Chile, Uruguai e Emirados Árabes. 

A previsão é que, em breve, sejam fechadas parcerias com Peru, Holanda, Suíça, Escandinávia, Angola e Colômbia.

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