(Luiz Costa)
O Hermes Pardini voltou às compras, mostrando que as dificuldades financeiras que forçaram a empresa a vender 30% do seu capital para a Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, são coisa do passado.
O laboratório de análises mineiro acaba de comprar a Digimagem, que possui três unidades em São Paulo. A transação foi aprovada na quarta-feira (1) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e confirmada nessa quinta-feira (2) pelo presidente do Hermes Pardini, Roberto Santoro Meirelles, ao Hoje em Dia.
Por meio de aquisições e crescimento orgânico, Meirelles prevê que a participação no faturamento do segmento de diagnóstico por imagem salte de 8% para 15% da receita até o final do ano. As aquisições estão sendo realizadas por meio de fundo constituído pelo próprio caixa do laboratório, segundo Meirelles. Apesar das prospecções, ele afirma que ainda não iniciou as negociações com outros laboratórios além do Digimagem.
Em 2011, o Hermes Pardini faturou cerca de R$ 400 milhões. Para este ano, de acordo com Meirelles, a previsão é que o montante fique próximo de R$ 500 milhões. Saltar de 8% para 15%, portanto, seria o equivalente a um aumento de R$ 32 milhões, em 2011, para R$ 75 milhões, até o final de 2012, somente com diagnósticos de imagem.
No entanto, de acordo com uma fonte que participou da negociação para a compra da Digimagem, a intenção do negócio foi aumentar a participação do Hermes Pardini no mercado laboratorial geral, não só em imagens. Embora o crescimento orgânico esteja nos planos do Hermes Pardini, as aquisições servirão para acelerar esse movimento.
As novas aquisições não mudarão a estrutura do capital da empresa, nem reduzirão a participação dos fundadores, ainda majoritários. A estratégia, de acordo com a fonte, é aprofundar o modelo de gestão profissionalizado implantado a partir da entrada da Gávea no negócio, mas não o de abrir espaço para que o fundo cresça em participação no capital.