Juros altos, desemprego e inflação impedem redução da inadimplência em BH

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
31/08/2016 às 07:53.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:37
 (Carlos Rhienck/ Arquivo Jornal Hoje em Dia)

(Carlos Rhienck/ Arquivo Jornal Hoje em Dia)

A melhora na capacidade dos consumidores belo-horizontinos de quitar as próprias dívidas não tem superado os índices de inadim-plência na capital. Dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) apontam que, no mês de julho, o indicador de recuperação de crédito cresceu 0,88% frente ao mesmo período de 2015. No entanto, o número de pessoas endividadas no mesmo período de comparação cresceu 5,67%.

O quadro é resultado da combinação de inflação e juros elevados com a queda da renda real e o aumento do desemprego, que foi de 13,1% no primeiro trimestre frente ao mesmo período do ano passado.

A leve recuperação na capacidade de pagamento das dívidas registradas em julho está ligada ao fim de obrigações como o IPVA, o IPTU e as mensalidades escolares. A economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, explica que o término dessas responsabilidades financeiras alivia o orçamento das famílias.

“Apesar desse ligeiro aumento, a recuperação de crédito na capital ainda está fraca. E o motivo para isto é que a inadimplência tem crescido mais que a regularização de dívidas na capital, e este é um fator bem preocupante”, avalia.

Cenário macroeconômico
Para a economista, a piora do cenário macroeconô-mico foi o que determinou o quadro negativo, sobretudo pela pressão da inflação do país sobre o orçamento dos consumidores. 

“Não bastasse isso, os juros em patamares elevados acabam dificultando a renegociação das dívidas, pois o valor do débito tende a ficar mais caro”, explica a especialista da CDL-BH.

Perfil
As mulheres foram responsáveis por 56,33% dos cancelamentos de registros junto ao SPC da CDL/BH. Entre os homens, esse índice foi de 43,67%, dentre os consumidores que quitaram suas dívidas em julho. Segundo Ana Paula, as mulheres costumam realizar compras de menor valor agregado e que possuem maior facilidade para renegociação.

Os consumidores com idade entre 30 e 39 anos foram os que mais regularizaram seus débitos (26,4%) em julho. Já a minoria dos pagamentos das dívidas (7,94%) correspondeu ao público de 18 a 24 anos.

Em seguida aparecem as pessoas de 40 a 49 anos (23,37%); de 50 a 64 (22,02%); acima de 65 anos (10,31%) e de 25 a 29 anos (9,95%).

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