Leilão de Campolina deve arrecadar R$ 3 milhões

Raul Mariano - Hoje em Dia
17/10/2014 às 08:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:39
 (André Brant)

(André Brant)

Mais de R$ 3 milhões devem ser arrecadados nos três leilões da 34ª Semana Nacional do Cavalo Campolina, que acontece até o próximo domingo no Parque Bolivar de Andrade (Gameleira), em Belo Horizonte. 

A raça, conhecida pelo trote macio e confortável, tem atraído a atenção de criadores dentro e fora do Brasil. No ano passado, 12 animais foram adquiridos por criadores do México e, neste ano, mais 23 animais devem ser enviados para o país, segundo informações da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina)
O presidente da associação, Beto Horst, explica que o aumento da procura pelos animais está ligado ao desenvolvimento da raça nos últimos anos.

“Hoje estamos produzindo o cavalo que o mercado quer, mais funcional. É um cavalo mais marchador, não tão grande e mantendo toda beleza”, comenta.

O Brasil conta, atualmente, com cerca de 60 mil cavalos ativos (com idade inferior a 25 anos). Um mercado que, segundo a ABCCCampolina, chega a movimentar R$ 50 milhões anuais entre leilões e vendas diretas.

Os preços para um animal de passeio variam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil reais. Os animais considerados de elite, utilizados para reprodução e em competições, podem chegar a R$ 2 milhões, sendo que o preço varia de acordo com fatores genéticos.

Criadores

Apesar de 55% do plantel estarem concentrados em Minas Gerais, criadores da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco também estão presentes na feira em BH. É o caso do criador baiano Jorge Libório, que trouxe cinco animais para o evento e comenta sobre o sucesso da raça.

“O Campolina foi desenvolvido numa região inóspita de Minas Gerais. Com isso, ele se tornou facilmente adaptável a qualquer região do país, seja o clima quente ou frio. É esse um dos grandes atrativos dessa raça”, avalia o criador.

Hoje, apenas a Bahia perde para Minas no número de animais, tamanha a capacidade de adaptação da raça.
Características como o comportamento dócil e inteligência também estão entre a lista de qualidades que agregam valor aos animais da raça Campolina.

O presidente do Conselho Deliberativo Técnico da ABCCCampolina, Carlos Vilhena Vieira, comenta que a chancela da associação é indispensável para que os leilões sejam possíveis.

“Isso significa que esses animais estão com a documentação e todo pedigree em dia”, diz, destacando que dessa forma o comprador tem a segurança de que o cavalo está saudável e regularizado junto à associação.

Além de apreciar os animais que estarão expostos, os visitantes da feira vão concorrer a dez carros e sete motos que somam um total de R$ 300 mil em prêmios. Durante os dias de leilões, uma média de dez mil pessoas devem passar pelo local, de acordo com estimativas da ABCCCampolina.

Raça foi criada em Entre Rios de Minas

O cavalo Campolina surgiu na cidade de Entre Rios de Minas, na região do Alto Paraobepa, no ano de 1870. Um criador chamado Cassiano Campolina trabalhou durante cerca de 30 anos realizando cruzamentos de animais com diversas características diferentes, buscando elaborar um cavalo que reunisse grande porte, resistência, boa aparência e agilidade.

Depois de mais de 70 anos, criadores definiram que era preciso criar padrões fixos para que a raça ganhasse reconhecimento e mercado, e assim nasceu a Associação Nacional dos Criadores de Cavalo Campolina. Hoje, a Campolina é considerada por muitos a melhor raça existente para a marcha. Em cavalgadas, é a raça mais comum, muito utilizada por mulheres e crianças devido ao conforto que o animal proporciona ao montador. 

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