Leite está 11% mais caro em fevereiro

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
08/03/2014 às 07:52.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:30
 (Faemg - Divulgação)

(Faemg - Divulgação)

A captação de leite em Minas Gerais apresentou ligeiro recuo (-0,07%) em janeiro, na comparação com o mês anterior, em decorrência da seca que afeta o Estado e das especulações de mercado em função do início do período de entressafra do produto. Por outro lado, os preços pagos aos produtores subiram 1,18% em fevereiro e 11,43% na comparação com o mesmo período do ano passado.   A alta motivada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda não foi observada em outras regiões produtoras, a exemplo do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, e São Paulo.    De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo, os preços na média nacional recuaram 0,41% em fevereiro, movimento que não era verificado desde 2004 na transição do primeiro para o segundo mês do ano.   “Os preços de fevereiro são referentes ao leite vendido em janeiro, quando a seca ainda não era tão intensa em muitas áreas. Com isso, até a primeira quinzena do mês, as indústrias vinham trabalhando com os estoques elevados, por isso os preços caíram em algumas localidades”, afirma o analista de Mercado e de Custo de Produção da equipe de leite do Cepea, Daniel Velazco-Bedoya.   Perspectivas   Segundo ele, embora a captação já tenha dado sinais de redução em Minas –considerada por ele uma estabilização–, os preços oferecidos aos produtores daqui ainda garantem uma boas margens para o produtor.   Mas, para os próximos meses, a expectativa é de encarecimento dos custos de produção, o que poderá afetar a rentabilidade dos mineiros. Vale ressaltar que a captação não apresentava queda desde maio do ano passado, no Estado.   “Em fevereiro, alguma coisa já aconteceu, mas ainda não sabemos o que foi. Como levantamos os dados um mês depois, temos essa defasagem de informação. Esse período ainda é bem nebuloso”, diz Bedoya.   Tendência   No cenário nacional, também são esperados aumentos nos preços pagos aos produtores nos próximos meses, uma vez que os gastos com a produção tendem a subir, a partir de agora.    “A produção de leite depende de outros mercados, como o de milho, no qual os preços estão aumentando bastante. O milho é um dos principais componentes da ração das vacas. Mas, se os preços não responderem da forma como estão comentando, os produtoress poderão ter prejuízos no campo”, afirma o representante do Cepea.   Dados do Centro de Estudos indicam que os estoques, antes considerados elevados, já estão sendo reduzidos pelo país. A dica de Badoya para os produtores é acompanhar os preços dos derivados no varejo, importante termômetro de tendência.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por