Leite uruguaio inibe produção em Minas Gerais

Jeannete Santos - Do Hoje em Dia
24/12/2012 às 07:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:59

O mercado do leite teve um comportamento atípico em 2012, com queda de preço em plena entressafra. O excesso de oferta no período, em função do aumento das importações, e a elevação dos custos de produção derrubaram o faturamento dos produtores.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), de janeiro a novembro deste ano, o Brasil importou cerca de 105 mil toneladas de leite, 11,8% a mais do que o adquirido no mercado internacional no mesmo período de 2011. Os uruguaios assumiram a liderança das vendas.

“Em 2012, as importações de produtos lácteos do Uruguai representaram 51% do total comprado no mercado internacional”, afirmou o presidente da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Sant’Anna Alvim.

Enquanto o setor deve fechar o ano com um crescimento de 2% no Estado, os produtores uruguaios, segundo Alvim, comemoram a expansão de 20% na produção leiteira do país.

Em maio, no começo da estiagem, o preço médio do litro pago ao produtor era R$ 0,8742, baixando para R$ 0,8478 em julho, no auge da entressafra. A partir de setembro, o preço começou a se recuperar, fechando novembro em R$ 0,8952. À concorrência com o produto importado somou-se o aumento de custo dos insumos e da mão de obra. Milho e soja tiveram preços recordes no mercado de commodities agrícolas.

“É preciso estabelecer um acordo com o Uruguai, a exemplo do que foi tratado no passado recente com a Argentina”, defendeu Alvim. O acordo firmado entre os dois países elevou a tarifa de importação de 27,5% para 31,5%, exigindo a renovação do licenciamento para compras externas de leite e derivados.

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