Lista de material escolar 10% mais cara na capital mineira

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
07/01/2015 às 07:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:35
 (Luiz Costa/Hoje em Dia)

(Luiz Costa/Hoje em Dia)

Com a chegada de janeiro, começa a corrida pelos cadernos, lápis de cor, livros didáticos e demais materiais utilizados pelas crianças e adolescentes nas escolas. E, para este ano, a conta, que normalmente ultrapassa a casa dos R$ 1 mil, vai ficar ainda maior. Segundo o diretor da Comissão de Papelarias da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Adriano Boscatte, os produtos que integram as listas escolares estão, em média, 10% mais caros.

No mesmo período do ano passado, a alta foi de 5%, na comparação com 2013. Livros mais dispendiosos e alta do dólar puxaram o índice para cima.

O diretor da CDL-BH afirma que os livros didáticos respondem por 90% dos gastos com a lista. “O reajuste desse artigo chegou a 12%, mas a média foi 10%. As papelarias repassam os custos”, afirma.

Com dois filhos na escola, uma de 9 anos e um de 11 anos, a psicopedagoga Anamaria Brito Barcelos recorreu às livrarias que vendem usados. E, mesmo assim, gastou R$ 1.300 apenas com os livros. “Além de economizar, trata-se de uma ação sustentável. Se a criança não vai mais utilizar o livro, não faz sentido permanecer com ele”, comenta.

A engenheira civil Andréa Santana Dias, que também tem duas crianças em idade escolar – uma de 4 anos e outro de 11 anos – seguiu o mesmo caminho. “Foi a primeira vez que recorri aos livros usados e aprovei. Está muito caro”.

Além dos livros didáticos, a alta do dólar contribui para encarecer os produtos importados, que compõem grande parte da lista, como a maioria das mochilas, cadernos e lápis de cor, afirma o proprietário da rede de papelarias Brasilusa e ex-diretor de Papelaria da CDL-BH, Marco Antônio Gaspar. As mochilas, aliás, chegaram com aumento de até 20%, segundo Gaspar. Os lápis de cor subiram 10%, enquanto o papel está 15% mais caro.

Em meio à alta generalizada, o consumismo é outro fator que pode apertar o bolso dos pais. “Os produtos licenciados são mais caros. Nesse caso, nem sempre a qualidade é o item de desempate. Afinal, as crianças querem o que está na moda”, afirma.

A título de comparação, uma mochila comum pode custar R$ 50, enquanto uma estampada com personagens da Monster High ultrapassa R$ 400. Um caderno de 96 folhas sem estampa de personagem famoso custa R$ 3,90, bem mais barato do que um caderno do Hot Wheels, que quase bate a casa dos R$ 30.

 

Pesquisar e resistir ao consumismo ajuda a poupar

Apesar da elevação nos preços, o faturamento das papelarias não deve subir a galope. Pelo contrário. O diretor da comissão de Papelarias da CDL-BH, Adriano Boscatte estima uma alta de, no máximo, 5%. Menos otimista, o proprietário da rede Brasilusa, Marco Antônio Gaspar, prevê elevação de 2%. O motivo é simples: como a elevação no preço é significativa, as pessoas dão preferência aos substitutos mais baratos. Ou compram menos e aproveitam o produto do ano passado.

O diretor da comissão de Papelaria da CDL-BH afirma que é possível economizar. “Basta procurar”, diz. Ele detalha que uma caixa de lápis de cor com 12 unidades anatômicas custa R$ 25,90. Por R$ 32,90 é possível comprar uma caixa com 36 unidades, porém, não anatômica. “Se você pensar bem, é mais vantagem”, diz.

No momento, as papelarias correm para contratar trabalhadores temporários. Para atender aos clientes das quatro unidades da Brasilusa, 15 empregados foram contratados. Outras 10 vagas continuam abertas, à espera de candidatos. “É um período em que as lojas ficam sempre cheias. As pessoas procuram muito, vão a muitas lojas”, diz Gaspar.

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