Mecanização desafia café de montanha em Minas

Jeanette Santos - Do Hoje em Dia
10/11/2012 às 10:39.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:04
 (Emater/Divulgação)

(Emater/Divulgação)

A substituição da mão de obra na colheita do café na chamada Região de Montanha por uma colheitadeira adaptada à topografia acidentada, presente em parte da Zona da Mata e do Sul de Minas, é grande desafio que os cafeicultores enfrentam para melhorar a produção.

Responsável por 60% da safra recorde, estimada em 26,64 milhões de sacas em 2012, essa região, onde predomina a agricultura familiar, tem um custo 50% superior para produzir uma saca de café em relação aos gastos dos cafeicultores da região do Cerrado e do Triângulo Mineiro. “É preciso assegurar competitividade. A cultura nessa região depende muito de mão de obra que, além de escassa, está cada vez mais onerosa”, defendeu Breno Mesquita, presidente do Comitê Técnico de Cafeicultura da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg).

Para viabilizar a produção do Café das Montanhas, o Conselho Deliberativo de Política Cafeeira decidiu, em reunião realizada no último dia 7, criar um grupo técnico, com representantes da iniciativa privada e de técnicos do governo federal para apontar soluções que garantam maior produtividade e sustentabilidade à atividade.

Produtividade
 
Nos últimos dez anos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária (Seapa), a produtividade do café saltou de 15 sacas/hectare para 24 sacas. O aumento da produtividade, segundo Newton Castro Moraes, assessor especial de café da Seapa, foi resultado dos investimentos em tecnologia e equipamentos, tendo em vista que a área plantada não sofreu alteração.

A mudança no sistema de plantio, com a redução do espaço entre as plantas, introdução de novas variedades mais produtivas e resistentes a doenças, melhoria no sistema de manejo e, sobretudo a mecanização, possibilitou o ganho.

Fecafé

Criado em julho último, o Fundo Estadual do Café (Fecafé), com um aporte inicial de R$ 100 milhões nos próximos três anos, também deverá interferir no modo de produção do Café das Montanhas. Gerido pela Seapa e pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, o Fecafé terá parte dos recursos destinados ao financiamento de equipamentos e de tecnologia, sendo 25% a fundo perdido.

Colheitadeiras

A mecanização da lavoura do café no Cerrado é um dos fatores da alta produtividade na região. A topografia plana permite o uso de colheitadeiras que, além de dinamizar a produção, evita perdas. Empresário e produtor, Nivaldo Souza Ribeiro investiu na aquisição de máquinas e hoje tem 25 colheitadeiras de primeira linha. Atualmente, vende serviços aos pequenos e médios produtores, que ainda não adquidiram o equipamento. “O uso está tão disseminado que muitos produtores, que terceirizaram o serviço, passam a máquina até três vezes na mesma área.
 
 




 

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