Medidas do governo criam ambiente mais favorável, diz FecomercioSP

Luciana Collet
22/12/2016 às 13:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:11

As recentes medidas anunciadas pelo governo para reduzir os juros do cartão e permitir o saque de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que devem favorecer a redução do endividamento das famílias, são vistas com bons olhos pela FecomercioSP, muito embora a entidade não preveja um impacto significativo dessas mudanças no curto prazo.

"Essas medidas vão na direção correta. Não são suficientes para fazer o PIB crescer, mas começam a criar ambiente melhor e terão efeito de longo prazo", disse o assessor econômico da FecomercioSP Fabio Pina.

Ele destacou o fato de que as medidas são negociadas e beneficiam o conjunto da economia, sem criar distorções entre setores econômicos. "A Fecomercio estava cansada de pacote de medidas surpresas, que modificam as coisas do dia para a noite. Estas medidas são racionais, são acordadas, sem ser impostas pelo governo, sem gerar traumas, sem pacotaço. São generalizadas para todos, não privilegiam um segmento. Seguem o conceito da livre negociação, da economia de mercado, sem gerar desequilíbrios que poderiam estimular o crescimento no curto prazo, mas geram efeitos negativos no longo prazo", afirmou.

Pina avaliou que a redução dos juros nos cartões dará mais clareza ao mercado sobre o real universo de pagadores duvidosos. "Hoje, ninguém consegue calcular direito esse número, mas quando se traz a taxa para um patamar normal, que já era negociado na prática, limpa-se o cenário, identificando quem vai pagar", disse, referindo-se ao fato de que muitos consumidores acabavam ficando inadimplentes e optavam por aguardar uma condição melhor de pagamento, a juros menores, em feirões de renegociação de dívida.

O assessor econômico também elogiou a liberação de contas inativas do FGTS. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 22, pela Presidência da República, a medida vai beneficiar 10,2 milhões de trabalhadores e o valor global que poderá ser sacado pode alcançar R$ 30 bilhões, ou cerca de 0,5% do PIB.

"Ainda que essas contas tenham poucos recursos individualmente - R$ 500, R$ 800, R$ 1.000 - vão favorecer em especial as famílias endividadas. É um belíssima medida, porque se trata de contas paradas, não vai gerar efeito no saque, ou prejudicar o equilíbrio atuarial, mas vai gerar um benefício para um conjunto de pessoas", disse.
http://www.estadao.com.br

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