Mercado estima custo 67% maior para o Terminal 3 de Confins

Janaína Oliveira - Do Hoje em Dia
10/11/2012 às 11:09.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:04
 (Carlos Roberto/Arquivo)

(Carlos Roberto/Arquivo)

Se quiser que vingue a nova licitação para construção do Terminal 3 do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, com segurança de prazos e de qualidade nos serviços prestados, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) terá que aumentar em 67% o orçamento previsto para o puxadinho.  A avaliação é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Gerais (Sicepot-MG), Alberto Salum.    Segundo ele, que afirma ter estudado a fundo o edital, são necessários pelo menos R$ 80 milhões para a construção do terminal remoto. No primeiro leilão, fracassado em função da diferença entre o que a Infraero estava disposta a pagar e o que as empresas queriam receber, as propostas variaram de R$ 79 milhões a R$ 141 milhões.    Descontos   A estatal pediu descontos e chegou a receber uma oferta de R$ 60 milhões. Ainda assim, muito acima dos R$ 48 milhões que pretendia gastar. “O preço que a Infraero queria pagar não condiz com a realidade, pois está muito abaixo do custo da obra”, afirma Salum.    Muitas empresas aceitam o serviço por valores baixos. Como a conta não fecha, os resultados aparecem em forma de prejuízos, apertos financeiros e atrasos no cronograma. “Quando o preço é muito ruim, as construtoras acabam comprometendo a compra de insumos e até a folha de pagamento. Há atrasos e desperdício de dinheiro público. Isso acontece não só em Minas, onde há grande concentração de empreiteiras, mas pelo país afora”, diz Salum.    A licitação do Terminal 3 está enquadrada no Regime Diferenciado de Contratação (RDC), a chamada “Via Expressa” da Copa, que, segundo recomendações do Tribunal de Contas da União, deve respeitar o prazo de entrega até o Mundial de 2014, para não ser enquadrada como irregular. O órgão fiscalizador, inclusive, advertiu formalmente a Infraero. Pelo cronograma inicial, o puxadinho deve estar pronto em dezembro de 2013.    Prejuízo   Para o especialista em licitação da ONG Contas Abertas, Ivaldo de Vasconcelos Soares, quando qualquer instituição pública subestima valores, incentiva a participação de empresas desqualificadas. “A construtora é contratada, belisca uma parte do dinheiro, mas não executa a obra. Aí, prejudica o direito dos trabalhadores não recolhendo INSS. A situação é perigosa demais”.    No novo processo, acredita Soares, a Infraero vai elevar o orçamento. Caso contrário, ocorrerá um novo fracasso, o que pode resultar em contratação por emergência, em função dos prazos enxutos. “Aí, sim, terá que pagar muito mais caro”.   Saiba mais sobre as exigências do edital na Edição Digital

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por