Minas tem sete empresas aptas a ir à Bolsa de Valores

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
21/04/2014 às 08:53.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:13
 (Andre Brant)

(Andre Brant)

Sete empresas mineiras, assessoradas pelo Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), estão aptas para abertura de capital na BM&FBovespa. O lançamento público de ações depende, logicamente, da decisão estratégica de cada uma delas, mas todas já cumpriram as principais exigências do mercado de capitais: modelo de governança corporativa estruturado; Conselho de Administração montado e atuante e balanço financeiro ajustado aos padrões internacionais e auditado.   Outro dado comum ao grupo das sete empresas é que todas já teriam firmado parceria com empresas ou fundos de private equity (parceiros estratégicos que investem em empresas não listadas em Bolsa com o objetivo de prepará-las para a abertura de capital).   Nem todas as empresas do grupo assumem ter o mercado de capitais como objetivo. Ouvidas pelo Hoje em Dia, a maior parte delas afirmou estar buscando apenas um modelo de gestão mais eficiente e referenciado nas exigências do mercado de capitais.    Exemplo   Não é esse, porém, o objetivo do IMMC. O presidente do instituto, Paulo Ângelo Carvalho de Souza, afirma que quer fazer do grupo um exemplo a ser seguido por outras empresas mineiras, abrindo caminho rumo à Bolsa.    “Tanto na vida quanto na economia existe o efeito de demonstração. Se uma empresa vai ao mercado e consegue enriquecer, outras percebem que também têm condições de fazer o mesmo. Isso gera um ciclo virtuoso. É nisso que acreditamos e é assim que funciona”, afirma Paulo Ângelo.    O sucesso da iniciativa do IMMC, porém, só poderá ser medido na abertura da próxima “janela de oportunidade” da Bolsa, quando os indicadores econômicos voltarem a apontar para cima, atiçando o apetite dos investidores.    A última delas se abriu nos anos de 2006 e 2007, quando nada menos do que 90 empresas fizeram oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na BM&FBovespa. Nos seis anos seguintes (2008/2013), marcados pela crise econômica internacional, o somatório de IPOs foi de metade do registrado naquele biênio.   “Ninguém sabe quando outra janela se abrirá, mas é fato que o mercado, agora, está seco. Ninguém fala em IPO e não há qualquer entusiasmo com o mercado de ações”, diz Leonardo Saliba, sócio da Principal Gestão de Investimentos, de Belo Horizonte.    “Existem dois motivos para a empresa abrir capital. Um mercado disposto a pagar caro pelas ações, ou uma necessidade grande de captação. Por enquanto, só o segundo caso motivaria um IPO”, completa.   Grupo reúne nomes de peso da economia   O grupo de empresas apoiado pelo Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC) reúne nomes de peso da economia mineira: Algar, Alesat, Construtora Barbosa Mello, Delp, Grupo Seculus, Pif Paf e Tecnometal. Todas elas, por seu porte e estrutura de gestão, estariam aptas a iniciar o processo de abertura de capital em Bolsa, mas nem todas confirmam esse objetivo.   Segundo a diretora administrativa-financeira da Construtora Barbosa Mello, Alícia Figueiró, a empresa busca qualificar a gestão, mas ainda não tem foco no mercado de capitais. “Queremos estar preparados para isso, mas nossa área ainda não está pronta. Não vemos nenhuma empresa do setor de infraestrutura pesada indo para a Bolsa”, disse.   O diretor administrativo-financeiro do Grupo Delp, Ricardo Salera, sinaliza que a abertura é questão de tempo. “Estamos nos preparando, mas sem perspectiva nem definição concreta”, afirmou.   Por meio de nota encaminhada pela assessoria de imprensa, o Grupo Algar afirmou que “não há nada nesse sentido, no momento. A companhia está em período de silêncio”. A Alesat informou em nota que “está preparada para a abertura de capital, mas ainda não tem prazo definido para a realização do IPO (Oferta Pública Inicial). A companhia aguarda um momento de mercado mais propício juntamente à decisão de seus acionistas”.   Na Pif Paf, não havia ninguém para comentar o assunto. Já a Tecnometal confirmou que participou como ouvinte de um ciclo de palestras promovido pelo IMMC, mas não quis indicar um porta-voz para falar sobre suas perspectivas.   Cenário   Para o presidente do Instituto, Paulo Ângelo Carvalho de Souza, a expectativa é a de que as boas oportunidades comecem a aparecer em breve em função da recuperação econômica paulatina dos países mais afetados pela crise.   “O mundo está crescendo e isso gera oportunidades espetaculares”, disse.

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