O mal-estar após uma declaração dada pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, sobre o aumento da jornada de trabalho parece não ter fim, inclusive no grupo de aliados do presidente Michel Temer.

Em visita à Federação das Indústrias dos Estado de Minas Gerais (Fiemg), ontem, Nogueira rebateu as críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e afirmou que as eventuais discordâncias entre deputados devem ser resolvidas na tribuna da Câmara e não em eventos externos.

Na última quarta-feira, Maia alfinetou Nogueira ao dizer que o ministro deu duas notícias ruins ao trabalhador brasileiro. “Da forma como comunicou antes (sobre a jornada) e o anúncio agora de que deixou para o segundo semestre do ano que vem. Às vezes é melhor a gente falar pouco e produzir mais. Ajuda mais o país”, disse.

Perdão
O ministro aproveitou a oportunidade para dizer que “perdoa” o presidente da Câmara. “O Brasil não merece que seus líderes fiquem brigando agora. Precisamos ter entendimento e disposição. Precisamos do deputado Rodrigo Maia para votar, antes do fim do ano, a PEC que estabelece o teto dos gastos públicos. Depois, temos o tema da Previdência que precisa ter sustentabilidade e depois a atualização da legislação trabalhista. São temas importantes e o Brasil não pode esperar mais, mas não dá pra fazer as coisas com o fígado”, provocou Nogueira.

Questionado sobre um possível clima de ressentimento criado pela declaração de Maia, o ministro garantiu que vai relevar as palavras do parlamentar. “Tenho respeito pelo deputado assim como tenho respeito pelos outros. Meu coração é aberto para perdoar e compreender”, afirmou.

A declaração de Maia foi dada em um evento para empresários durante o Congresso Brasil Competitivo, em um hotel na capital paulista.

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