Multas a pessoas físicas em 2016 devem chegar a R$ 6 bilhões, estima Receita

Estadão Conteúdo
22/04/2016 às 17:03.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:04
 (Divulgação)

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A Receita Federal estima que as multas a pessoas físicas por fraudes e sonegação de Imposto de Renda alcancem R$ 6 bilhões neste ano. De acordo com balanço apresentado pelo órgão, as autuações em 2015 alcançaram R$ 4,8 bilhões.

Em 2016, a receita já identificou indícios para fiscalizar 285.300 pessoas físicas, relativos a declarações dos anos de 2013, 2014 e 2015. Desse total, foram descobertas fraudes nas declarações de 44.411 contribuintes, que somam R$ 315 milhões em impostos a serem pagos.

A uma semana do prazo final para a entrega da declaração de 2016, o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iagaro Martins, lembra que os sistemas do fisco estão cada vez mais especializados e conseguem cruzar informações com facilidade, o que reduz a margem para sonegações.

Em meio à crise política e aos protesto contra a corrupção, ele critica quem tenta pagar menos imposto. "Muitas pessoas vão a manifestações contra a corrupção, mas quando têm oportunidade de sonegar centenas de reais vão lá e fazem a mesma coisa. Sonegação e corrupção são dois lados da mesma moeda, um é o dinheiro que não entrou no caixa e o outro dinheiro público desviado", ressalta

Operações

As fraudes detectadas pela Receita foram descobertas em operações do órgão, como a "Falsa Patroa", que descobriu contribuintes que informaram falsamente empregar empregadas domésticas para reduzir o tributo devido. Foram 9.3190 contribuintes nesta situação, que terão que pagar R$ 12 milhões em impostos a mais. "Houve caso em que uma mesma empregada doméstica aparece trabalhando para 502 contribuintes diferentes", afirmou o subsecretário.

De acordo com Martins, em muitos casos contadores informaram o CPF de uma mesma empregada na declaração de vários clientes. Esses contadores também responderão criminalmente por fraude.

Também foram feitas operações para levantar contribuintes autônomos que não pagaram o carnê-leão devidamente.

Já na "Operação Nômade", o foco foram pessoas físicas que utilizaram indevidamente a isenção sobre o ganho de capital na venda de imóveis. Essas pessoas, depois de terem vendido casas e apartamentos, declararam que iriam comprar outro imóvel em 180 dias, o que as isenta do pagamento do IR, mas a nova compra nunca foi feita.

Outra operação, batizada de "Diárias", descobriu um esquema de pagamento em 40 prefeituras baianas em que os salários dos servidores eram pagos como se fossem diárias de viagens, que são isentas de Imposto de Renda.
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