Número de empresas cai pela primeira vez desde 2007

Tatiana Lagôa*
tlagoa@hojeemdia.com.br
18/06/2016 às 10:54.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:57
Nova pesquisa Pintec avalia insdústria extrativista e de transformação (Divulgação)

Nova pesquisa Pintec avalia insdústria extrativista e de transformação (Divulgação)

Reflexo da crise econômica, o número de empresas em atividade no Brasil encolheu 5,4% em 2014 frente ao ano anterior, somando 5,1 milhões. É a primeira vez, desde 2007, que há recuo no Cadastro Central de Empresas (Cempre), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O quadro foi ainda pior para as pequenas e médias empresas, que registraram recuo de 6,3% no período. “Acredito que sejam os primeiros sinais dessa crise que estamos vivendo agora. As pequenas empresas são as que sofrem mais rapidamente”, disse a analista do Cadastro Central de Empresas do IBGE, Katia Carvalho.

O pessoal ocupado assalariado teve um crescimento de 0,8%. A principal hipótese é que pequenos empresários que fecharam suas empresas tenham passado a ser assalariados.

O número de sócios proprietários de empresas caiu 3,9%. Segundo o instituto, o comércio e a indústria de transformação foram os setores mais atingidos em números absolutos. Até por serem os segmentos com maior número de empresas.

O presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves, credita a retração a uma conjunção de fatores. “Perda de mercado para concorrentes estrangeiros, redução de consumo e menor disponibilidade de capital de giro são uma combinação devastadora para a indústria no país”, afirma.

A pior notícia é que ainda não é o “fundo do poço”. Em outras palavras, o número de empresas fechadas deve aumentar quando apresentados os dados de 2015 e 2016. O fechamento de portas deve continuar a ser mais intenso para as empresas de menor porte, com menor capacidade de endividamento.

No caso do comércio, a situação é idêntica. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, explica que as vendas seguem a reboque da queda do emprego e da renda. Com aumento do desemprego no setor industrial, é lógica a queda do consumo. E, consequentemente, o fechamento de lojas.

As perspectivas do próprio IBGE seguem em tom pessimista. “O que nós percebemos foi o iníciodeumprocessodequeda. Não sabemos como vai se comportar o dado em 2015, mas provavelmente pode haver um número parecido com o de 2014 ou um pouquinho pior”, diz Francisco de Souza, gerente de Disseminação, Análise e do Sistema de Manutenção Cadastral do IBGE.
(Com agências)

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