Passagens de avião mais caras atraem clientes para ônibus

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
06/01/2014 às 07:26.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:09
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O tempo de promoções de passagens de avião por R$ 50 deixou saudades nos passageiros. Com o aumento do dólar e do custo do querosene de aviação, responsável por 40% do valor do tíquete, a fusão de companhias e a diminuição da oferta de assentos e rotas, os preços dos bilhetes foram às alturas, principalmente os adquiridos na última hora. Para não deixar de viajar, muitos brasileiros trocaram o caminho do aeroporto pelo da rodoviária.

As linhas terrestres começaram a perder clientes com a popularização dos serviços aéreos. Desde 2008, há menos gente viajando por terra dentro do país do que pelo ar. Mas aos poucos, as empresas de ônibus têm conquistado novamente os passageiros. Em 2012, 70 milhões pegaram a estrada, ante 64 milhões em 2011. Já a aviação, que em 2012 transportou 101 milhões de passageiros, deve encerrar 2013 estagnada, a primeira vez em uma década.

A concorrência entre o ônibus e o avião ajudou o passageiro. Para atrair o cliente que andou se assustando com o valor do bilhete aéreo, mas acostumou-se com mais conforto durante as viagens, empresas rodoviárias partiram para a modernização.

“As empresas vêm investindo na melhora dos seus serviços, oferecendo frotas modernas, com ar condicionado e maior espaçamento entre as poltronas. Em alguns terminais foram disponibilizadas salas VIPs. Algumas empresas passaram a oferecer internet gratuita a bordo dos ônibus, com sistemas de entretenimento de som e TV, tomadas para carregadores de celular, computadores portáteis e outras coisas do gênero”, diz o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), Paulo Porto Lima.

Estômago

Também vale fisgar o passageiro pelo estômago. Enquanto no avião o consumidor precisa pagar R$ 13 por um sanduíche ou R$ 3 por um café solúvel – a Gol Linhas Aéreas já oferece o serviço de venda a bordo em 70% de seus voos nacionais –, em algumas linhas de ônibus ele encontra lanche, água mineral e cafezinho à vontade.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Minas Gerais (Sindpas-MG), Luiz Carlos Gontijo, contam ainda a favor do ônibus maior oferta de horários e agilidade no embarque e desembarque e a política de preços estável, tabelados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o órgão regulador do setor. “No nosso caso, a tarifa não varia em função do aumento da demanda ou da precedência na aquisição da passagem”, diz.
 

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