Postos em BH já reajustam valores e litro da gasolina se aproxima dos R$ 4,00

Da Redação
21/07/2017 às 08:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:40
 (Lucas Prastes/Hoje em Dia)

(Lucas Prastes/Hoje em Dia)

Postos de combustíveis em Belo Horizonte já comercializam, desde o início da manhã desta sexta-feira (21), gasolina e etanol mais caros nas bombas. Internautas bombardearam as redes sociais com imagens mostrando que o reajuste anunciado pelo governo federal já estava sendo adotado pelos donos dos estabelecimentos.

O preço do litro de gasolina está sendo comercializado a R$ 3,69 em um posto de gasolina no bairro Prado, região Oeste, de Belo Horizonte, conforme apurou a reportagem do Hoje em Dia. Na noite de ontem, o valor do litro era R$ 3,29. O etanol saltou de R$ 2,19 para R$ 2,39. 

Entretanto, nas redes sociais internautas postaram imagens de postos vendo o litro da gasolina com valor superior a R$ 3,80. A reportagem encontrou posto de gasolina na avenida Cristiano Machado, altura do bairro Cidade Nova, na região Nordeste, vendendo o litro a R$ 3,89. 

Com a decisão do governo de aumentar o PIS/Cofins sobre os combustíveis para melhorar a arrecadação, a previsão era de que o litro da gasolina ficaria até R$ 0,41 mais caro nas bombas a partir desta sexta (21), em caso de repasse integral ao consumidor.

A medida despertou a ira de entidades empresariais como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que já reclamavam da elevada carga tributária no país. Já a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) reclamou do egoísmo do governo federal ao elevar um tributo que não é compartilhado com os municípios.

Para a gasolina, a alíquota mais que dobrou. Só de PIS/Cofins, o desembolso será de R$ 0,7925 por litro após a alta. O decreto com o aumento do tributo será publicado hoje no Diário Oficial da União (DOU) e tem vigência imediata.

No caso do diesel, a alíquota subirá de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 o litro nas refinarias, que podem repassar o valor integral ao consumidor.

O etanol não escapou dos reajustes, embora representantes do setor tenham intensificado reclamações sobre a falta de competitividade do combustível diante do baixo preço da gasolina. Para o produtor, a alíquota subiu um centavo, para R$ 0,1309 por litro. Na distribuição, o impacto será mais forte, pois o PIS/Cofins estava zerado e passará a R$ 0,1964 por litro.

A área econômica espera obter R$ 10,4 bilhões ainda este ano com os aumentos. Na nota divulgada ontem à tarde, o governo argumentou que a medida é "absolutamente necessária" para a preservação do ajuste fiscal e a manutenção da trajetória de recuperação econômica.

A equipe econômica optou pelo aumento do PIS/Cofins porque a entrada de recursos nas contas públicas é imediato, em vez de demorar 90 dias como no caso da Cide. Outra vantagem é que o tributo reajustado não é dividido com Estados e municípios. A opção desagradou os prefeitos. "A crise afeta todos os entes federados e as soluções deveriam contemplar esse cenário", disse a FNP.

Entidades que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e deram respaldo ao governo Michel Temer divulgaram nota "indignadas" com a alta de tributos. A Fiesp, que em 2015 colocou um pato inflável na Avenida Paulista contra o aumento de impostos, ameaça retomar a estratégia. "Mantemos nossas bandeiras e convicções, independentemente de governos", disse a Fiesp, presidida por Paulo Skaf, filiado ao PMDB.

Sem muitas saídas, a ala política do governo já procurava desde ontem minimizar o estrago pregando que o aumento não terá grande impacto no bolso do consumidor. Além disso, o efeito na inflação seria amenizado porque a gasolina tem sofrido seguidas reduções de preços. Esta é a segunda vez no ano que o governo aumenta impostos para tentar cumprir a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões. Em março, foi anunciado o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras para cooperativas de crédito.

O governo também tenta reonerar a folha de pagamento para 50 setores. A ideia era voltar a recolher a contribuição previdenciária sobre salários pagos, e não sobre o faturamento. A medida entraria em vigor este mês - e reforçaria em R$ 2,2 bilhões a arrecadação de tributos -, mas relatório aprovado no Congresso adiou a cobrança para 2018.Enviada pelo Whatsapp / N/A

Os postos que manteram o preço antigo, tiveram longas filas


 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por