Projeto faz com que turbina produza energia eólica mais versátil e barata

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
19/01/2014 às 08:08.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:26

Produzir energia no alto de prédios e morros e até em túneis de metrô, aproveitando o deslocamento dos vagões, é a meta de um projeto que vem sendo desenvolvido pela área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) de Furnas e conduzido pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei), no Sul de Minas Gerais, junto às empresas Matrix e Endicon. Trata-se de uma turbina eólica vertical, constituída por pás articuladas e dobráveis, capazes de se mover de acordo com a direção do vento, mesmo que ele seja fraco.   Segundo o gerente da área de P&D+I de Furnas, Renato Norbert, a partir de um protótipo de cerca de um metro de altura, testado em túneis de vento, foi possível verificar que a turbina é capaz de gerar energia com ventos de um metro por segundo, velocidade considerada extremamente baixa, disponível em vários locais e até nas rajadas.   “A versatilidade dessa turbina é muito mais ampla do que a das turbinas convencionais e sua aplicabilidade também. As pás são finas, pequenas e leves, por isso, conseguimos usá-las em maior quantidade, porque são mais baratas”, afirma Norbert.   Testes   A pesquisa começou a ser elaborada por uma empresa em Belém (PA), em meados de 2012, e, desde o final do ano passado, foi transferida para a Unifei. A previsão é a de que, até 2017, o invento possa estar em processo de fabricação para ser comercializado no Brasil e no exterior. Os investimentos da empresa na iniciativa somam R$ 1,7 milhão.   Atualmente, o projeto está em fase de testes de aerodinâmica, materiais e resistência no laboratório que está sendo construído em Itajubá. De acordo com Norbert, o foco dos pesquisadores, agora, é o desempenho da unidade diante de ventos fortes, rajadas laterais e outras situações adversas.   “Em cada cidade, os parques eólicos apresentam características diferentes. No Nordeste brasileiro, por exemplo, há menos ocorrências de perturbações, então, sabemos que lá vai funcionar maravilhosamente bem, mas, como pretendemos aplicar a tecnologia em qualquer lugar do país, precisamos testar outras condições”, diz o gerente.   Atrativos   Além das pás modernas e mais baratas, outro fator que contribui para a viabilidade econômica do projeto é a localização do gerador, instalado na base do equipamento – nas turbinas convencionais, ele fica entre 50 e 100 metros de altura.   “Nesse caso, a manutenção será simples, reduzindo custos. O objetivo da nossa área (P&D+I) é encontrar bons negócios para a empresa, desenvolvendo inovações com grande potencial de retorno financeiro, e esta é uma delas. Estamos criando um novo mercado”, afirma Norbert. 

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