Shoppings centers migram para cidades do interior de Minas

Raul Mariano - Hoje em Dia
04/01/2016 às 07:04.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:52
 (Divulgação)

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Na contramão da economia em retração, novos shoppings centers continuam a ser construídos pelo país. No entanto, o movimento de expansão não está mais focado nas grandes capitais. Dos 114 shoppings em construção no mês de dezembro, 85 estavam em cidades do interior. Em Minas, dos sete shoppings em construção, seis estão situados no interior do Estado, segundo levantamento da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

O movimento de interiorização dos shoppings centers percebido em todo país tem destaque no Sudeste, região onde a capacidade de crescimento do setor nas capitais já está reduzida, conforme avaliam especialistas.

O diretor institucional da Alshop, Luis Augusto Ildefonso, explica que essa espécie de migração acontece porque há muitas cidades com mais de 200 mil habitantes situadas no interior que ainda não possuem shoppings.

Ele explica que nessas cidades o investimento é muito mais baixo, já que os preços dos terrenos tendem a ser menores. Isso torna possível viabilizar grandes centros comerciais e os construtores recebem procura mais acelerada das grandes redes de franquias varejistas.

“Além disso, os prefeitos também perceberam que se não trouxessem grandes empreendimentos para a cidade perderiam em arrecadação. Os gestores públicos perceberam que facilidades fiscais trariam esses grandes investimento e gerariam empregos e mais opções de compras para seus cidadãos”, explica Ildefonso.

Um exemplo de interiorização em Minas é o Praça Uberaba Shopping Center. Inaugurado no mês de abril, o complexo comercial conta 149 lojas, um centro de lazer, academia e cerca de 1.600 vagas de estacionamento. A obra engloba, ainda, hotel, torre comercial e condomínio residencial.

Quedas

Apesar da aposta da interiorização, a redução do poder de compra do consumidor em um ambiente econômico de recessão impactou diretamente os shoppings centers em todo país. As vendas reais do setor caíram de R$ 134,2 bilhões em 2014 para R$ 130,5 bilhões em 2015, segundo dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

Com a queda de 2,82% na comparação com o ano anterior, o Natal – melhor data para o comércio varejista – foi considerado o mais fraco dos últimos 10 anos. Para Ildefonso, a solução para o setor será continuar antecipando promoções e utilizando táticas para manter os clientes dentro dos shoppings.

Os shoppings somaram uma frequência mensal de 470 milhões de pessoas – o que representa 2,3 vezes a população nacional. A previsão da Alshop é de que 114 novos empreendimentos sejam inaugurados nos próximos 3 anos.

- As vendas reais do setor caíram de R$ 134,2 bilhões em 2014 para R$ 130,5 bilhões em 2015

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