Start-up gastronômica inova no prazer de cozinhar em BH

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
19/09/2014 às 07:49.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:16
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Cozinhar nunca foi tão fácil. Uma start-up não tecnológica inaugurada no mês passado no bairro Luxemburgo, região Centro-Sul de Belo Horizonte, promete mudar o conceito de como as pessoas preparam os alimentos. Chamada de DoEat, a empresa comercializa kits de ingredientes nas porções exatas para o preparo de pratos elaborados. Basta que o cliente escolha o deseja comer, solicite o prato e siga as instruções de preparo, minuciosamente explicadas em um folheto que acompanha os kits.    O tiro foi certeiro. Ainda sem propaganda, a empresa vende exclusivamente pelo site www.doeat.com.br. A ideia surgiu da paixão pessoal do proprietário, o publicitário Daniel Nogueira, pela arte da culinária.   “Cozinho desde sempre e gostaria que as pessoas aproveitassem ao máximo a melhor parte de cozinhar”, explica Daniel. Segundo ele, a ideia foi amadurecida durante um ano. Projetos e planos de negócios foram elaborados até que a empresa fosse aberta.   Os pratos servem duas pessoas. Quanto há intenção de fazer jantares para grupos maiores, o ideal é multiplicar os pedidos pela quantidade de convidados. Os ingredientes vêm picados, separados e higienizados.    Atualmente, seis pratos são comercializados, em valores que vão de R$ 58 a R$ 78. A loja entrega em Belo Horizonte e na divisa da capital mineira com Nova Lima. O frete varia de R$ 8 a R$ 16.     Pedidos   Os pedidos feitos até as 16 horas do dia anterior são entregues entre as 10h e 19h do dia seguinte. O prazo extenso, de acordo com o proprietário do DoEat, é a garantia de que os produtos serão bem frescos.    “Alguns produtos vão congelados, como é o caso do camarão, que acompanha o vatapá. Outros, como o pão do vatapá e os cogumelos, devem ser frescos para atender ao nosso conceito de proporcionar prazer em cozinhar e em comer algo saboroso”, comenta. O vatapá acompanha molho de camarões e arroz jasmine. É o prato mais caro da casa (R$ 78).   Os demais são filé mignon ao molho de vinho tinto com purê de abóbora e mandioquinha (R$ 72); bife de ancho à redução de vinho branco e cogumelos, batatas rústicas com azeite aromático (R$ 68; paellita de frutos do mar à la doeat (R$ 68); risoto de cogumelos selvagens (R$ 60); e risoto de pêra com gorgonzola (R$ 58).     Embalagem individual põe fim ao desperdício   A apresentação dos produtos que são entregues na casa do cliente chama a atenção, conforme o proprietário da DoEat, Daniel Nogueira. Eles são embalados individualmente, inclusive os temperos. “Até o sal que é usado vem na porção correta. Ao final, não sobra nada. Não há desperdício”, diz.    Por se tratar de porções exatas, ele afirma que o preço para duas pessoas sai mais em conta do que se os ingredientes fossem adquiridos em um supermercado. “A pessoa teria que comprar uma garrafa de vinho para a redução e sobraria grande parte do produto. Ela também teria que comprar outras grandes porções de produtos e provavelmente haveria desperdício”, comenta.    Ainda segundo Daniel, o valor por pessoa é menor do que o cobrado em um restaurante, por exemplo. “Somado a isso, há o prazer de cozinhar a própria comida, seja para a namorada ou para os amigos”.   Aqueles que querem apenas praticidade também são beneficiados. Segundo o empresário, alguns de seus clientes são cozinheiros de mão cheia. “Eles pediram pelo simples prazer de não ter que descascar a cebola, por exemplo, e não se arrependeram”, comenta.   Outro público atendido pela DoEat é o que está começando a cozinhar. “Como os panfletos são muito explicativos, as pessoas conseguem fazer pratos mais elaborados sem muita dificuldade. Ao final, aumentam a intimidade com a cozinha”.      Ineditismo   Segundo Nogueira, o modelo de negócio é inédito em Minas Gerais. No Brasil, aliás, ainda são poucas as empresas similares. “Depois que abri a DoEat soube de uma parecida em São Paulo. Fui à cidade e conheci o pessoal. Trocamos informações interessantes”. Para o futuro, ele prevê comercializar sobremesas e bebidas. No entanto, a expectativa é de que os pratos sejam vendidos prontos. “Nem tudo é trabalho, né?”, brinca.

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