Valor de mercado da Cemig cai R$ 5,2 bilhões em 24 horas

Tatiana Moraes - Do Hoje em Dia
13/09/2012 às 07:08.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:14
Benefícios: Cemig oferece planos de saúde e odontológico, previdência privada, seguro de vida em grupo e vale-alimentação ou refeição, estando todos sob regime de coparticipação e nos termos da legislação pertinente, normas da companhia e Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente (Lucas Prates/Hoje em Dia)

Benefícios: Cemig oferece planos de saúde e odontológico, previdência privada, seguro de vida em grupo e vale-alimentação ou refeição, estando todos sob regime de coparticipação e nos termos da legislação pertinente, normas da companhia e Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente (Lucas Prates/Hoje em Dia)

Em 24 horas, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) perdeu R$ 5,2 bilhões em valor de mercado. A empresa, que era cotada pelos investidores em R$ 26,8 bilhões na terça-feira, passou a valer R$ 21,6 bilhões na quarta-feira (12). As ações preferenciais (sem direito a voto), com maior liquidez, despencaram 19,7%, passando de R$ 31,50 para R$ 25,29.

A desvalorização é reflexo do movimento de venda de ações do setor elétrico iniciado após o anúncio do pacote de redução do preço da energia. Os investidores temem que as regras de renovação das concessões prestes a vencer, com descontos no preço da eletricidade, afetem a rentabilidade das empresas. O Índice de Energia Elétrica, representativo do setor, caiu 8,17% na quarta (12).

O derretimento dos papéis valeu para todo o setor energético. Três ações do setor lideraram as perdas na Bovespa. A Cesp registrou queda de 27,75%, a maior perda do pregão, seguida por Transmissão Paulista (-24,06%) e Cemig.

E a tendência não é de melhora, analisa o consultor Financeiro da Corval Corretora, Guilherme Canaan. De acordo com ele, as exigências do governo para renovar as concessões continuarão gerando impacto direto e negativo nas ações.

Dos 20,2% médios de redução anunciados pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira, 7% são referentes à mudança na cobrança de três encargos. Os 13% restantes seriam contrapartida para estender o prazo das concessões, índice com reflexo no caixa. “As empresas vão deixar de receber um valor muito alto. O caixa será prejudicado”, disse.

A partir de abril, quando a Cemig atravessará o terceiro ciclo de revisão tarifária, os ânimos devem ficar ainda mais tensos. A Eletropaulo, que passou pelo processo neste ano, registrou 78% de redução no lucro líquido no segundo trimestre. Canaan atribui o resultado ruim à redução do caixa. “Pode ser que a Cemig trilhe um caminho de baixas após a revisão”, afirma.

Para conter os ânimos do mercado, a companhia convocou uma teleconferência com analistas na tarde de quarta. De acordo com o diretor de Finanças e Relacionamento com Investidores, Luiz Fernando Rolla, uma equipe de técnicos da Cemig analisa a Medida Provisória que trata das concessões.

Rolla admitiu a possibilidade de a Cemig abrir mão de concessões que venham a ter pouca rentabilidade. Recorrer à Justiça também é uma opção. “Para defender os interesses dos acionistas, vamos ate a guerra”, comentou.

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