Veículos autônomos ainda com muitos desafios pela frente

Agência France Presse
15/01/2018 às 19:38.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:46
 (Reprodução/GM)

(Reprodução/GM)

Os veículos autônomos que não precisam de motorista foram as estrelas da Feira de Eletrônicos (CES) de Las Vegas e são objeto de discussão no Salão do Automóvel de Detroit 2018, mas a tecnologia ainda tem desafios importantes pela frente.

A tecnologia

Já existem centenas de veículos completamente autônomos em um grande número de países. Por enquanto não figuram como automóveis destinados ao consumo público geral, mas em transportes especiais ou táxis, que são operados de forma experimental por empresas de transporte. Por enquanto se limitam a escassas linhas de transporte coletivo e a baixa velocidade.

Nos veículos de consumo de massa

Gigantes como Tesla, Audi, Mercedes e Volvo propõem a adoção de funções de condução autônoma gradualmente nos veículos de série. Por exemplo, veículos que podem estacionar sozinhos. Funções mais avançadas permitem, por exemplo, abandonar o volante do automóvel em condições muito específicas, como em engarrafamentos ou em uma autopista, onde o automóvel pode manter distâncias, frear ou virar.

Como funciona?

Um veículo autônomo precisa de três tipos de sensores, explicou Guillaume Devauchelle, diretor de inovação no fabricante francês Valeo. Podem ser câmeras associadas a um radar e a um 'scanner'. Esta 'redundância' tripla permite uma "enorme precisão" no reconhecimento de pedestres ou objetos.

De qualquer forma, "ainda estamos muito longe do dia em que poderemos ver um filme" deixando que o veículo dirija totalmente sozinho, disse à reportagem Rebecca Lindland, analista da empresa de pesquisas Kelley Blue Book, da Califórnia.

Obstáculos normativos

A convenção de Viena sobre circulação, que define as regras internacionais, estipula que um motorista deve estar em todo momento no comando de seu veículo. Essa normativa já foi modificada para autorizar experiências com veículos autônomos e a adaptação de legislações nacionais.

Por enquanto, nos veículos de transporte coletivo ou 'táxis robôs' que estão sendo testados na via pública deve haver um operador para retomar o controle. Mas essa presença poderá diminuir gradualmente nos próximos anos, "ao menos para experiências limitadas em zonas bem identificadas", disse Devauchelle.

A General Motors anunciou recentemente ter solicitado autorização para testar um automóvel sem volante nem pedais já em 2019.Reprodução/GM

O Cruise AV é o primeiro veículo totalmente autônomo produzido pela GM

Onde está o mercado?

As funções de condução autônoma se limitam por enquanto aos veículos de gama alta, mas poderão se generalizar progressivamente.

Os táxis robôs ainda são um mercado muito definido e particular que poderá se expandir a partir de 2018, de acordo com analistas. Um segmento que poderá ser funcional nesse sentido é o das empresas de entregas de produtos em domicílio.

Visão das seguradoras

O marco regulatório atual já se adéqua perfeitamente aos veículos autônomos, disse à reportagem François Nédey, membro do comitê executivo da Allianz France. 

Em caso de um acidente, o operador é responsável pelo veículo, embora em casos especiais a responsabilidade possa ser trasladada ao fabricante.

A bordo de um veículo particular, o motorista é o responsável, mas a seguradora poderia agir sobre a construtora em caso de um mau funcionamento do sistema de navegação autônoma.

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