Eleições: procurador é a favor da adoção de voto distrital

Hoje em Dia
17/08/2014 às 08:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:49
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Os anseios dos brasileiros por uma política mais “limpa” e representativa depende mais deles mesmos e de uma reforma do que da ação da Justiça Eleitoral. Esta é a opinião do procurador Regional Eleitoral do Ministério Público Federal, Patrick Salgado, que é o entrevistado da Página 2 desta segunda-feira (18).

Com relação à reforma, Salgado defende dois pontos em particular: a adoção do voto distrital e a proibição de financiamento privado das campanhas.

No primeiro caso, o procurador acredita que a criação de distritos eleitorais será um passo definitivo para reaproximar os políticos e os eleitores. “Hoje, o único vínculo que existe é a origem do candidato. Se, por exemplo, repartirmos Minas em vários ‘pedaços’, o eleitor vai ficar, de fato, vinculado ao representante de sua região”, diz.

Para ele, a disputa para decidir se o voto será em lista aberta, fechada ou em lista é indiferente. “O principal é que as pessoas saibam quem são os candidatos e o representante de sua região”, afirma Salgado, para quem o sistema atual é incapaz de reproduzir a diversidade de um Estado e um país com a dimensão territorial de Minas e do Brasil.

No caso do financiamento de campanhas, o procurador se diz simpático à proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de extinguir a doação de recursos por empresas, permitindo apenas o custeio com recursos públicos e contribuições diretas dos cidadãos. Ele chama a atenção para o fato de já haver o financiamento público, por meio do Fundo Partidário, bem como de um teto para as doações, que é frequentemente desrespeitado.

“Qual é o interesse de uma empresa, que visa ao lucro – a não ser que seja uma sem fins lucrativos, mas que não vai ter dinheiro para financiar ninguém – em dar dinheiro para alguém em alguma campanha política?  Transformação social?”, questiona Salgado.

Como ainda não está convencido da efetividade do financiamento exclusivamente público, ele considera que a proposta da OAB é interessante por manter a possibilidade de outra fonte de receita com a doação direta dos cidadãos. Confira nesta segunda-feira (18), no Página 2 Entrevista, como Patrick Salgado vê o papel do eleitor para estimular uma política mais limpa e como será a atuação da Justiça Eleitoral nas eleições deste ano.

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