Espera de mais de 30 dias em oficina de seguradora

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
10/01/2015 às 09:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:37
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

Os pátios abarrotados de carros são marca registrada das oficinas credenciadas por seguradoras em Minas Gerais. O grande número de veículos danificados e a falta de peças no mercado faz com que clientes esperem até mais de um mês para terem os carros de volta. O problema se arrasta há algum tempo, mas a expectativa é de que a desaceleração das vendas de veículos amenize a situação.
O vice-presidente do Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal (SindSeg), Angelo Vargas Garcia, afirma que o boom de vendas de carros dos últimos anos fez com que o setor de autopeças destinasse toda a produção para os veículos novos, deixando o mercado de reposição à deriva. Como reflexo, quem precisou de conserto passou aperto.
Eduardo Viegas, proprietário da Viegas, oficina localizada no bairro Renascença, na região Nordeste, e presidente da Associação das Oficinas Reparadoras de Automóveis do Estado de Minas Gerais, afirma que a superlotação devido à falta de peças é generalizada no Estado. No entanto, ele comenta que o caso é pior para os importados.
Peugeot, Renault, Citroen, Hiunday, Toyota e outros frequentemente ficam mais de um mês parados nas oficinas até que as peças cheguem ao país. “Nem todas as peças dessas montadoras são fabricadas aqui”, comenta. Já os clientes das marcas Subaru e Ssangyong podem esperar até três meses pelo conserto.
Há até pouco tempo, de acordo com ele, um Veloster e um C4 ficaram 60 dias na Viegas, um IX 35 esperou 40 dias e um Picasso, 30 dias. Além de comprar no Brasil, o empresário importa peças quando necessário, principalmente dos Estados Unidos.
A falta de mão de obra especializada também é citada pelos empresários como entrave do setor. “Quando encontramos um funcionário bom damos sorte”, diz o proprietário da oficina AGS Autocenter, Adair Gomes da Silva.   Consumidor pode pedir ressarcimento de despesas
O gerente do Procon da Assembleia, Gilberto Dias de Souza, afirma que o consumidor que se sentir lesado pela demora do conserto do carro segurado pode acionar a Justiça. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) não estipula um prazo para que o carro saia do estabelecimento, mas, por analogia a outro artigo do CDC, costuma-se utilizar uma espera máxima de 30 dias. De acordo com Souza, o consumidor pode pedir restituição de todos os gastos no período, como aluguel de carro, táxi e outros.
As montadoras seriam as principais responsáveis, seguidas das seguradoras, que vendem a garantia de conserto sem conseguir prestar o serviço. Souza explica que as fabricantes de veículos devem garantir que as peças cheguem com facilidade às oficinas. “Se a fábrica vendeu o carro, ela tem a obrigação de fornecer a peça, caso haja necessidade de trocá-la”, diz.

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