(AFP PHOTO / Nazeer al-Khatib)
justamente ali.
Mas rebeldes sírios apoiados pela Turquia afirmaram ter retomado o território neste domingo (16), forçando um cenário menos auspicioso: com consecutivas derrotas, o Estado Islâmico vê hoje a previsão de seu declínio. Dabiq era, simbolicamente, uma de suas cidades mais importantes na Síria. Aleppo, outra de suas fortalezas, está sob constante ataque do regime sírio e sua aliada Rússia.
Tropas iraquianas se preparam, ao mesmo tempo, para reconquistar Mossul, principal base da milícia terrorista no Iraque. A ofensiva deve ocorrer nos próximos meses, com o apoio dos EUA. O ataque dos rebeldes sírios a Dabiq começou no sábado (15), cortando os acessos à cidade. Vilarejos como os de Irshaf e Ghaitun foram tomados, isolando a cidade.
A ofensiva faz parte da campanha turca Escudo do Eufrates, em referência a um dos rios mais importantes da Mesopotâmia, iniciada em agosto. Em Dabiq, as operações contaram com tanques, artilharia e aviões militares. Um porta-voz do presidente turco Recep Tayyip Erdogan descreveu a vitória como "simbólica" e afirmou que a campanha seguirá adiante até que toda a área fronteiriça esteja segura. Os turcos lutam ainda contra rebeldes curdos para distanciá-los da fronteira com a Turquia.
Propaganda
Havia em torno de 1.200 militantes em Dabiq, de acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, baseada em Londres. A cidade, a dez quilômetros da fronteira turca, e onde o censo de 2004 registrava 3.000 moradores, não têm em si valor estratégico. Mas Dabiq era uma das peças centrais da propaganda do Estado Islâmico. A principal revista oficial da milícia leva seu nome.
A cidade aparece, também, em uma profecia creditada a Abu Musab al-Zarqawi, fundador da organização terrorista que transformou-se no atual Estado Islâmico. Ele teria dito que a fagulha acesa por sua insurgência no Iraque continuaria a se espalhar "até queimar os exércitos dos cruzados em Dabiq".
Maomé, profetá do islã, também teria dito que o fim do mundo só chegaria depois que os muçulmanos tivessem derrotado os romanos em Dabiq ou em Amaq, ambas na fronteira com a Turquia, a caminho de Constantinopla (hoje, Istambul). Já prevendo a queda da base, porém, o Estado Islâmico registrou recentemente em sua publicação Al-Naba que a batalha com as tropas turcas não era exatamente a citada na profecia.