Fecomércio Minas entra, de novo, na mira do MPE

Tatiane Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
02/09/2016 às 12:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:40
 (Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

O Ministério Público de Minas Estadual (MPE) apresentou nova denúncia contra o presidente da Fecomércio Minas, Lázaro Luiz Gonzaga, membros da diretoria da instituição e representantes de empresas. Eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro da ordem de R$ 70 milhões. Gonzaga já foi afastado da instituição por duas vezes a pedido do MPE e, em fevereiro, teve um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, chegando a ser considerado foragido por alguns dias. 

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Em nota, a Fecomércio, mantenedora do Sesc e do Senac, repudiou as acusações e admitiu ter tomado medidas judiciais para se defender. “Diante de ofensas aos princípios constitucionais de vedação à interferência e intervenção do Estado nas entidades sindicais, foram impetrados, perante o TJMG, dois mandados de segurança e três habeas corpus, parcialmente acolhidos”, diz o texto. A entidade ainda não tomou conhecimento do teor da denúncia, segundo a nota.

Envolvimento

A LG Participações e Empreendimentos estaria no centro do esquema. Dentre as irregularidades cometidas pela entidade, está a compra de dois imóveis com valor supostamente superfaturados, no bairro São Francisco, em BH. Eles foram considerados de “baixa liquidez” por laudo da Caixa. 
Um prédio de R$ 14 milhões foi comprado por R$ 26 milhões e um galpão de R$ 1,6 milhão foi adquirido por R$ 5 milhões. Somente nestas duas operações, R$ 15,4 milhões teriam saído dos cofres da Fecomércio Minas sem necessidade.

Investigação

Para lavar o dinheiro, investiga-se que novos negócios tenham sido fechados por meio de outras companhias. As intervenções são uma extensão de investigações no Sesc e no Senac. Como as entidades, mantidas pela Fecomércio Minas, recebem doações, o capital movimentado por elas são considerados públicos.

Os representantes da Fecomércio MG são acusados de peculato, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, destruição de documentos e coação do curso do processo. Esta última, diz respeito às ameaças feitas às testemunhas, muitas delas empregados da Fecomércio Minas, do Sesc e do Senac.

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