Filha de ditador é candidata à presidência da Coreia do Sul

AFP
20/08/2012 às 07:35.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:35
 (JUNG YEON-JE/AFP)

(JUNG YEON-JE/AFP)

SEUL - Park Geun-Hye, filha de Park Chung-Hee, ditador durante 20 anos da Coreia do Sul, foi designada oficialmente nesta segunda-feira (20) pelo partido conservador governista como candidata oficial à presidência nas eleições de 19 de dezembro.

No caso de vitória, Park Geun-Hye, de 60 anos, do Partido da Nova Fronteira, Park Geun-Hye, será a primeira mulher a presidir o país.

Park Geun-Hye recebe 84% dos votos nas primárias do partido e superou com tranquilidade quatro rivais.

A candidata prometeu trabalhar pela "democratização econômica" em um país com grandes diferenças sociais e desemprego em alta entre os jovens.

Park prometeu combater a corrupção e proteger o país das aemaças externas. "Eu, Park Geun-Hye, não tolerarei nenhum ato que possa ameaçar nosso povo ou afetar nossa soberania", declarou a candidata após o anúncio da vitória nas primárias.

Ela citou as "provocações e ameaças nucleares" da Coreia do Norte, assim como as disputas territoriais com outros países, uma referência direta ao Japão.

Park havia disputado a candidatura do partido conservador em 2007, mas perdeu por pouco para Lee Myung-Bak, que depois foi eleito presidente da Coreia do Sul. A Constituição proíbe a reeleição no país.

O pai da candidata, Park Chung-Hee, foi a grande figura política dos anos 60 e 70 na Coreia. Ele assumiu o poder em 1961 em um golpe de Estado e permaneceu à frente do país até ser assassinato pelo diretor do serviço secreto em 1979.

Geun-Hye é muito popular entre os conservadores e os sul-coreanos nostálgicos da industrialização e do forte crescimento registrado com seu pai, após a guerra da Coreia (1950-1953).

Park Chung-Hee é considerado um ditador. Durante sua presidência, as liberdades de expressão e de imprensa foram gravemente cerceadas e os opositores detidos.

Nascida em 2 de fevereiro de 1952, Park Geun-Hye atuou como primeira-dama após o assassinato da mãe em 1974 por um norte-coreano. Ela é solteira, discreta sobre a vida privada e se dedica quase exclusivamente à política.

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