Força Nacional chega a Roraima para reforçar segurança no Estado

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
10/01/2017 às 15:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:22

O voo com integrantes da Força Nacional chegou à Base Aérea de Boa Vista no início da tarde desta terça-feira, 10, para reforçar a segurança nos presídios do Estado. O avião modelo Hercules da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou na capital roraimense por volta das 12h20 no horário de Brasília (10h20 no horário local). Uma segunda aeronave deve chegar à capital ainda nesta tarde.

Os agentes desembarcaram com 5 toneladas de equipamentos e foram recebidos pelo secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel Castro. "Vamos nos reunir hoje à tarde para especificar as missões e atuações dos agentes dentro e fora dos presídios", disse.

A medida faz parte do auxílio do governo federal ao Estado, que solicitou reforço na segurança do sistema penitenciário após a morte de 46 detentos nos últimos quatro meses em rebeliões nos presídios.

O efetivo deve auxiliar na segurança do entorno dos presídios, na recaptura de fugitivos e na escolta e guarda de presos em caso de deslocamento. Eles não devem substituir os agentes penitenciários dentro das cadeias.

O governo de Roraima também pediu mais R$ 9 milhões em recursos, armas e munições e a transferência de oito líderes de facção criminosa para presídios federais. Hoje, 18 detentos integrantes de facções criminosas no Estado estão em presídios federais.

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Massacre em Manaus

Um sangrento confronto entre facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, deixou 56 mortos entre a tarde de 1º de janeiro e a manhã do dia 2. A rebelião, que durou 17 horas, acabou com detentos esquartejados e decapitados no segundo maior massacre registrado em presídios no Brasil - em 1992, 111 morreram no Carandiru, em São Paulo.

Treze funcionários e 70 presos foram feitos reféns e 184 homens conseguiram fugir. Outros quatro presos foram mortos no Instituto Penal Antonio Trindade (Ipat), também em Manaus. Segundo o governo do Amazonas, o ataque foi coordenado pela facção Família do Norte (FDN) para eliminar integrantes do grupo rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Cinco dias depois, o PCC iniciou sua vingança e matou 31 detentos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em Boa Vista, Roraima. A maioria das vítimas foi esquartejada, decapitada ou teve o coração arrancado, método usado pelo PCC em conflitos entre facções.

Com 1.475 detentos, a PAMC é reduto do PCC, que está em guerra contra a facção carioca Comando Vermelho (CV) e seus aliados da FDN. Roraima tem 2.621 presos - 900 dos quais pertenceriam a facções, a maioria do PCC. No total, 27 facções disputam o controle do crime organizado nos Estados.

A guerra de facções deixou o sistema penitenciário em alerta, os e governadores de Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul pediram ajuda do governo federal com o envio da Força Nacional. Amazonas foi o primeiro Estado a receber o auxílio. A crise é tamanha que, segundo o Conselho Nacional de Justiça, são necessários R$ 10 bilhões para acabar com déficit prisional no País.

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