Fora Temer: brasileiros vão às ruas e pedem impeachment do presidente

Malú Damázio*
portal@hojeemdia.com.br
21/05/2017 às 11:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:39

Milhares de manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, para protestar contra o governo de Michel Temer (PMDB), além das reformas Trabalhista e Previdenciária na manhã deste domingo (21). O ato, que teve início às 9 horas, seguiu até a Praça Sete, no Centro da capital, passando pela avenida João Pinheiro, e pelas ruas Espírito Santo e Tupis. Estimativas dos organizadores deram conta de 50 mil pessoas no ato. Já a Guarda Municipal aponta 3 mil pessoas na Praça Sete, onde o ato se dispersou A Polícia Militar não se manifestou.

Além do fim do governo de Temer, os manifestantes pedem também a convocação de eleições diretas para presidente. Conforme a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Beatriz Cerqueira, a reforça que esta é uma das principais demandas do movimento. "Se as pessoas não forem para as ruas, não apenas para este ato, nós corremos o risco de ter um Congresso corrupto elegendo, de forma indireta, o presidente da República". A votação indireta está prevista na Constituição, mas o Congresso pode aprovar a realização de eleições diretas. Unem forças na manifestação na capital mineira CUT, Força Sindical, Central Sindical e Popular, União Geral dos Trabalhadores, Frente Brasil Popular e Brasil Sem Medo.

A professora Aurélia Neves e o representante comercial Mateus Hermano levaram os filhos para o protesto em Belo Horizonte. Para Aurélia, é importante que as crianças participem ativamente de "um momento histórico para o país". "Agora, mais do que nunca, nós temos que lutar pelas diretas, porque foi um direito conquistado com muito esforço", ressalta Mateus. Malú Damazio

Aurélia Neves e Mateus Hermano levaram o filho para protestar

Aos 90 anos, a servidora pública aposentada Diva Maria foi ao ato para contra a reforma da Previdência. A manifestante, que trabalhou no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), acredita que a reforma da aposentadoria irá tirar direitos conquistados pela população. "Quero que o povo tenha conhecimento e atuação para lutar contra a retirada dos nossos direitos", afirma. 

O movimento Vem Pra Rua cancelou o ato chamado por eles para este domingo em todo o Brasil, alegando "motivos de segurança". Em Belo Horizonte, a manifestação é organizada por centrais sindicais, movimentos estudantis e pela Frente Brasil Popular.

 Este é o segundo protesto contra o governo desde a divulgação, por executivos do frigorífico JBS, de áudios que revelam que o presidente Michel Temer deu aval para a compra do silêncio do deputado Eduardo Cunha (PMDB). O primeiro ato ocorreu na última quinta-feira (18), quando a gravação foi liberada. As delações premiadas dos irmãos Joesley e Wesley Batista agravaram a crise política no Brasil.

País

No Brasil, o esperado é que  os atos se espalhem por, ao menos, 20 cidades. Em São Paulo, será às 15 horas, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Estão previstos protestos fora do Brasil, em cidades como Nova York e Bogotá.

A manifestação foi marcada no contexto da crise política que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o presidente Michel Temer por suspeita de crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça.

Grupos que atuaram pelo impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, como Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, também chegaram a marcar protestos para o mesmo dia e horário, mas recuaram alegando preocupações com a segurança.

"Estamos esperando uma grande mobilização no País. O governo, que já era ilegítimo, perdeu sua sustentação política e deve cair. Vamos deixar claro que não admitimos outra solução que não seja as eleições diretas", disse Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que integra a frente.

Pelo Twitter, João Carlos, o Juruna, secretário-geral da Força, escreveu: "A Força Sindical decidiu participar das manifestações de domingo e fortalecer o 'nenhum direito a menos' e garantir uma saída democrática".

* Com agência Estadão ConteúdoLucas Prates

Manifestação ocorre na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte

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