Francês transforma restos em obras de arte “engarrafadas”

Jaqueline da Mata - Do Hoje em Dia
21/10/2012 às 16:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:25
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Sucatas se transformam em obras de arte nas mãos do francês Angel François Rodrigues. Aos 78 anos de idade, sendo 40 destes passados no Brasil, o artista atualmente passa a maior parte do seu tempo em sua oficina, localizada no bairro Pompeia. Ali, ele se dedica à minuciosa tarefa de criar instigantes esculturas dentro de garrafas de vidros. Cuidadosamente disposto em prateleiras de vidro, que ele mesmo confeccionou, seu acervo já conta com 612 “garrafas-obras”.  A mais antiga, feita em 1952, é uma barca feita quando Rodrigues trabalhava na marinha francesa e estava ancorado num porto do continente africano. “Do navio onde estava, avistava o barco. Foi assim que fiz a miniatura”, lembra.   O trabalho exige não só talento, mas um olhar clínico para detectar o que pode ser aproveitado do lixo e, claro, muita paciência: a criação mais simples não demora menos do que 50 dias para ficar pronta. Já as consideradas “mais trabalhosas” podem levar até um ano para ser finalizadas.    Aprimoramento   Com o passar dos anos, Rodrigues foi, naturalmente, aprimorando sua técnica, e hoje já é possível encontrar, por exemplo, obras como a “Cozinha Mineira”, toda iluminada, com direito a um fogão a lenha.   Outro destaque é um poste de iluminação – uma menção ao Viaduto de Santa Tereza. As engenhocas acendem por meio de fios ligados em pilhas e, no caso de um farol – que pisca –, de uma bateria. Até mesmo um violoncelo foi transformado em miniatura.    Prudente, é o próprio Angel que se incumbe da tarefa de tirar as peças das prateleiras, para mostrá-las aos interessados ou simplesmente para fazer a limpeza.   Em meio ao seu arsenal, um olhar perscrutador flagra, ainda, as miniaturas das embarcações Nina, Pinta e Santa Maria, comandadas por Cristóvão Colombo.   Cumpre dizer: uma tarde inteira em sua oficina seria pouco para saber a história de cada uma das miniaturas. E tão bonito quanto o trabalho do francês é sua paixão pelo que faz. Ele não vende as peças, é somente para exposição ou para presentear amigos e familiares.

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