Franquia de próteses capilares ajuda na autoestima

Paula Coura
pcoura@hojeemdia.com.br
27/01/2017 às 20:09.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:36

As amigas e sócias Claudia Motta Valadares e Luciele Campos sempre tiveram vontade de empreender juntas. Mas o ramo de negócio só foi definido após um drama pessoal vivenciado por uma delas. Claudia teve um familiar acometido por câncer, e depois de pesquisar pela internet e em lojas especializadas em reconstrução dos fios de cabelo, conheceu um método de próteses capilares, feitas sob medida, reproduzindo o cabelo natural.

“A grande dificuldade era encontrar lugares que fizessem com que o cabelo não parecesse artificial, o que acontece muitas vezes quando a pessoa começa a utilizar a peruca”, explicou Claudia. Em meio a procura por um método novo, a empresária encontrou a Hair Look, com sede em São Paulo. A marca era, inclusive, utilizada pela saudosa apresentadora Hebe Camargos.

Grande parte do público atendido pelas sócias em Belo Horizonte sofre com perda de cabelo por motivo de calvície; alopecia – que é a perda temporária ou definitiva dos fios ; tratamento quimioterápico ou tricotilomania – transtorno compulsivo em que a pessoa arranca o próprio cabelo ou os pelos.

“Analisamos toda a estrutura capilar da cliente e buscamos reproduzir exatamente como é o cabelo daquela pessoa antes do tratamento, inclusive na textura, seja ela colorida, anelada ou lisa”, afirma Claudia. O implante é feito por meio de um adesivo, que pode ser tirado e colado novamente uma ou duas vezes por semana, sendo que a pessoa não precisa tirar os fios para tomar banho ou ir ao clube. A prótese aguenta até puxões e é montada para durar por todo o tratamento, em alguns casos, por até um ano e meio, dependendo do estado de conservação da peça.

“Algumas clientes chegam a deixar essas próteses aqui conosco quando o tratamento delas acaba. Já chegamos a doar algumas delas para quem não tinham condições de manter o tratamento”, conta Claudia.

Aposta

Para abrir a franquia, as duas investiram entre R$ 300 e R$ 400 mil há dois anos e o valor, inclusive, já recuperado. Neste ano, as sócias pretendem abrir um novo espaço, voltado exclusivamente para o público masculino. A franquia passou a atender esse público há seis meses, e ele já representa 20% dos atendimentos.

E os homens têm um processo diferenciado de tratamento. Para os casos de calvície, a empresa lançou um processo de eliminação gradativa, em que os cabelos são adicionados gradualmente às próteses, transmitindo a impressão de que os fios estão nascendo naturalmente. “Os homens nos procuraram muito pedindo por esse tipo de prótese especializada. Eles ficam inibidos, muitas vezes, e em um espaço próprio, o tratamento pode ser mais personalizado”, garante Claudia.

5 mil reaisé o custo médio de uma prótese capilar feminina. a masculina gira em torno de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil


Dupla função

Apesar de terem arriscado no empreendedorismo, as sócias não deixaram suas profissões. Claudia é fisioterapeuta e Luciele, psicóloga. Elas se revezam em dois turnos de atendimentos, que são feitos na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
“Trabalho nos dois lugares e nunca tive a intenção de deixar de fazer meus atendimentos. Acredito que quando arriscamos nesse negócio, vimos que em muito se parecia com nossa rotina. Tem que ter um pouco de fisioterapia, psicologia para atender essas pessoas que, muitas vezes, estão debilitadas emocionalmente por problemas de saúde”, finaliza a empresária.

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