ROMA - Milhares de italianos tomaram as ruas de Roma nesta sexta-feira (28) para protestar contra as medidas de austeridade do governo, enquanto os funcionários públicos entraram em greve, fechando vários pontos turísticos, inclusive o Coliseu. O protesto, organizado pelo principal sindicato do país, contra as ameaças de cortes ao setor público, paralisou o trânsito. "Em um momento tão difícil não temos um plano para economizar ou combater o desperdício, mas, pela enésima vez, enfrentamos cortes com consequências importantes para os serviços públicos e os cidadãos," disse Susanna Camusso, chefe do sindicato italiano CGIL. Os organizadores informaram que cerca de 30 mil pessoas participaram do protesto, com forte policiamento, incluindo crianças e estudantes, que se manifestaram uma proposta de aumento nos custos de inscrição nas universidades. Ainda não há detalhes até que ponto os cortes podem chegar. Mas o ministro da Administração Pública da Itália, Filippo Patroni Griffi, disse que os cortes ainda estavam sendo planejados e que os funcionários públicos teriam que esperar até o fim do mês para saber quantos deles correm o risco de perder seus empregos. O país, atingido pela recessão, enfrenta dificuldades econômicas. O primeiro-ministro Mario Monti assumiu, após a renúncia do premiê Silvio Berlusconi no final do ano passado, com a tarefa de recuperar o país altamente endividado. O governo promulgou uma série de rigorosos pacotes de austeridade e agora tenta diminuir a taxa de desemprego - atualmente acima de 10% - e retomar o crescimento por meio de reformas estruturais.