Gente e Negócios: Egawa, o homem de aço da Nippon

Tatiana Moraes
Hoje em Dia - Belo Horizonte
23/06/2017 às 16:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:13
 (Divulgação)

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No ano em que comemora-se seis décadas da assinatura do acordo Lanari-Horikoshi, que formalizou o compromisso da participação japonesa na construção da Usiminas, o executivo da Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation (NSSMC) Kazuhiro Egawa desembarca no Brasil. Em solo tupiniquim, ele tem a missão de coordenar e acompanhar a governança corporativa das empresas do grupo em toda a América. 

Natural de Fukushima, cidade que fica a 250 quilômetros de Tóquio, no Japão, Egawa é casado e não tem filhos. 


Sereno ao se apresentar, o executivo não fala português. Precisa de um tradutor. Ele chega ao Brasil depois de passar uma temporada no Senegal, na África, de onde dirigia outros projetos da Nippon. Na empresa, ele tem, agora, uma nova tarefa de peso.

Responsável pelo “Projeto Usiminas”, o executivo é a voz da companhia nas negociações com a ítalo-argentina Ternium/Techint, outro acionista controlador da siderúrgica. Desde 2014, Nippon e Ternium travam uma batalha judicial pelo comando da Usiminas.

 A briga está enraizada nas estratégias de administração da companhia. 

“As siderúrgicas precisam de grandes investimentos em manutenção e pessoal para se destacar no mercado”, defende o executivo. Investir em pessoal, aliás, é uma das estratégias dos japoneses, segundo o executivo. 
Egawa ressalta que o Japão não possui matéria prima em abundância. “Mas nós temos gente, que é o principal ativo das empresas. Por isso, os japoneses investem tanto em treinamento de pessoal”, enfatiza. 

Ele mesmo passou por longo processo de treinamento na própria Nippon, onde trabalha desde 1981, ano em que se formou em economia na Hitotsubashi University, em Tóquio.

O perfil do executivo é apaziguador, mas a Nippon entrou com processos judiciais contra a sócia. 
Ele defende a alternância de poderes entre Nippon e Ternium como forma de reduzir as arestas entre os sócios. “A água de um rio deve ser corrente. Se ela parar, apodrece”, metaforiza. A Ternium propõe uma cláusula de resolução de conflitos. Os dois grupos não aceitam as propostas alheias, dando prosseguimento à disputa pelo comando da companhia. 

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